Fiquei um longo tempo no quarto com Sofia. Depois que ela adormeceu, desci as escadas e encontrei a porta do escritório de Gabriel aberta. Ele ainda estava lá dentro, sentado no sofá do escritório, com a camisa aberta, cabelo bagunçado e um copo de uísque nas mãos.
Seus olhos estavam vermelhos e olhava fixamente para o nada. A raiva em mim dissipou. Ele parecia ter chorado. Fiquei parada por um instante, observando-o. A imagem de Gabriel, sempre tão rígido e no controle, agora despido de sua armadura, me pegou de surpresa. Ele não era apenas um homem severo e exigente—era alguém quebrado, perdido dentro da própria dor.
A raiva que eu sentia antes desapareceu, dando lugar a algo que eu não sabia bem como nomear. Com cautela, dei um passo para dentro do escritório.
— Senhor Gabriel… — minha voz saiu baixa, quase um sussurro.
Ele piscou algumas vezes, como se estivesse voltando à realidade, mas não respondeu. Apenas girou o copo de uísque nas mãos, encaran