Após o tour que fizemos em sua mansão, o senhor Thiago me apresentou aos outros funcionários e depois me levou para o escritório para tratar a respeito dos valores que receberia, quando ele me disse quanto eu receberia fiquei surpresa.
— Sério mesmo que receberei tudo isso? – Perguntei incrédula.— Sim, como eu disse você receberá quinze mil. Sua carga horária semanal será das 05:00h às 20:00h, com folga no domingo, só irei te pedir para os dias que eu precisar viajar você dormir aqui, mas não se preocupe eu te pagarei a mais para isso.Nossa! Eu ganhava um salário mínimo como professora e tinha que torcer para não atrasarem, ganhar quinze mil mais bonificações é uma maravilha.— Você precisará auxiliá-lo nas tarefas de casa e levá-lo para todos os seus compromissos nos horários corretos. Irei deixar as documentações dele com você e caso aconteça qualquer coisa grave com ele me avise.— Pode deixar senhor. – Ele me entrega as documentações do menino e a chave de um carro. — Isso aqui é para que? – Pergunto apontando para a chave.— A chave de um carro. – Senhor Thiago me olhou como se eu fosse louca.— Não precisa, eu tenho um carro.— Aquela lata velha vermelha, não mesmo, quando você estiver com meu filho vai dirigir o carro que comprei para ele. – Olhei para ele muito ofendida.— Como assim lata velha? Você feriu os sentimentos da Moniquete.— O seu carro tem nome e se chama Moniquete? – Balancei a cabeça confirmando.— Você é... – Olhei para ele esperando que me dissesse. — Estranha.— Já me chamaram de coisa pior. E então quando conhecerei o Pietro?— Ele deve descer daqui a pouco para tomar café. Outra coisa importante é seguir a dieta dele à risca, não quero meu filho em contato com essas porcarias que vocês chamam de comida.Por Zeus! O cara é um porre, mano do céu! O menino não deve fazer nada que goste e eu quando mais nova chamava meus pais de chatos e tudo por que eles não me deixavam comer salgadinhos no café da manhã.— Você ouviu o que eu disse? – Ele perguntou e fiquei corada.— Desculpe. – Digo sem graça.— Você tomou notas de tudo que eu disse? – Antes que eu pudesse responder ele continuou — não tem problemas eu mesmo te darei tudo por escrito – ele me entregou uma planilha com tudo que eu deveria ou não fazer e quando digo tudo é tudo mesmo nos mínimos detalhes, olhei para ele e antes que pudesse falar o que pensei me calei.— Siga essa planilha com exatidão e nos daremos bem.— Sim senhor. – Ele olhou para mim e acho que não gostou muito do senhor.— Bom! Já que estamos acertados, vou levá-la para conhecer Pietro.Quando chegamos na cozinha havia um menino comendo e Thiago olhou para ele de cenho franzido.— Por que está comendo aqui meu filho? – Ele perguntou para o menino que deu de ombros.— Porque aqui tem pessoas para conversar comigo, pai. Quem é essa moça bonita? – Ele pergunta olhando para mim.— Sua nova babá. – O menino olhou para o pai e balançou a cabeça.— Babá não cuidadora. Muito prazer moça. – Ele estendeu a mão e eu apertei.— Muito prazer, eu sou Isabel, mas pode me chamar de Bebel.Ele é muito parecido com o pai, mas de um jeito mais fofo.— Vou deixar, vocês a sós. – Thiago se retirou e eu sentei de frente para o menino.— Já tomei café, tia Bebel. – Ele me olhou sem graça. — Desculpa por te chamar de tia, as outras cuidadoras não gostavam disso.— Não me importo, meu amor, pode me chamar de tia Bebel.Ele agradeceu e terminou o seu café, enquanto Pietro subiu para terminar de se aprontar eu peguei os utensílios que ele usou e pus na pia.— Pode deixar que eu pego. – Uma senhora de meia idade disse.— Não se preocupe, estou aqui para ajudar também. – Sorri para ela. — Me chamo Isabel.— Oi, Isabel, sou Roberta a cozinheira.Conversamos brevemente até que Pietro desceu pronto e me chamou para irmos, peguei a chave do carro para irmos e fomos para o estacionamento, olhei aquele tanto de carro e me perguntei qual deles era, apertei o botão e encontrei o carro certo, levei Pietro para a escola que era imensa, assim que o vi entrar peguei a planilha e vi o que eu precisava fazer naquele meio tempo que era basicamente nada. Aproveitei e passei na antiga escola que lecionava e peguei meus materiais. Conversei com alguns antigos funcionários e me despedi deles mais uma vez, minha antiga diretora me pediu para voltar, mas avisei a ela que já tinha emprego.— Você vai fazer falta aqui Bebel. – Ela diz e eu agradeço.Já estava no carro para voltar ao meu destino quando meu celular tocou e era um número desconhecido.— Alô! – Pergunto desconfiada.— Onde você está? – A voz que não reconheço pergunta.— Quem fala? – Nem sei quem é a pessoa e já quer saber assim da minha vida.— É o seu chefe? O carro tem GPS e está me mostrando que você está em um local desconhecido. – Nossa! Esse cara não tem nada melhor para fazer. — Onde está meu filho?— Pietro está na escola, enquanto isso vim buscar alguns materiais na escola em que lecionava.— Dá próxima vez me avise com antecedência.— Não vai se repetir.— Espero que não. – Ele diz e desliga.O homem é meio louco ligou do nada, nem se apresentou, depois desligou da mesma forma, custava ele conversar comigo direito, também meio que estou errada já que estou no carro dele. Olhei o horário no relógio e estava na hora de voltar para pegar Pietro, assim que cheguei em seu colégio ele já estava à minha espera.— Oi, Pietro, como foi a sua aula?— Normal – ele deu de ombro, o menino é de poucas palavras. — Tia Bebel, você está cuidando de mim pra dar em cima do meu pai? – Não estava esperando por essa pergunta e acabei me engasgando.— De onde tirou isso? – Será que foi algo que fiz para lhe dar essa impressão.— Todas as minhas cuidadoras eram assim, elas nem cuidavam de mim direito, pois queriam ficar chamando atenção do meu pai.— Gatinho, olha pra tia. – Ele fez o que eu peço. — Só estou aqui por você meu amor. Não se esqueça.— Obrigado. – Ele sorriu fracamente para mim.— Que tal tomarmos um açaí? – Pergunto a ele que pegou a planilha e me mostrou, lá estava escrito sorvetes e afins só finais de semana. — Eu não conto se você não contar.— Mas vai estragar o meu almoço.— Então já que não quer vamos embora para sua casa onde tem um prato de salada te esperando.— Acho que um potinho pequeno não vai me atrapalhar. – Ele estava com as bochechas levemente coradas.— É assim que se fala Pietro. – Dei partida no carro e fomos para a sorveteria mais próxima onde tomamos um pote pequeno de açaí, depois o levei para casa para poder almoçar e continua a sua extensa rotina, no final do dia senhor Thiago chegou e me pediu para fazer todo relatório de seu filho, após eu dizer tudo o que fizemos ele me despachou com a mão. Fui para a cozinha tomar um pouco de água, logo em seguida me despedi de Pietro e fui para minha casa.