Luciele
“Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção”
Somos quem podemos ser - Engenheiros do Hawaí
Acordei mais uma vez. Devia ser madrugada, porque minha mãe ainda dormia profundamente. Aos poucos, meus olhos permaneciam abertos por mais tempo, fixando-se melhor no ambiente escuro. Eu ainda estava no hospital, com acesso no dorso da mão esquerda.
Sentia-me mais ativa e ansiosa para sair dali. Chamei minha mãe, percebendo que minha voz já estava bem mais firme.
— Minha filha, você está bem? Está sentindo alguma coisa? — ela acordou num pulo, visivelmente preocupada.
— Mãe, estou ótima! — respondi, com uma energia que nem eu sabia de onde vinha. — Preciso comer. Tem comida aqui? — perguntei sorrindo.
— Vou perguntar para as enfermeiras — disse ela, saindo apressada, enquanto eu me acomodava na cama, sentada.
Tive alguns flashes de memórias, sem saber se eram reais ou falsos. Precisava esclarecer algumas coisas que surg