No palco, a presunçosa Melissa pensou em algo. Então, sorriu e olhou para Amara, chamando-a gentilmente:— Amara, você pode vir aqui?Ao ouvir Melissa pedir para que Amara subisse ao palco, Alice Houtt e os demais ficaram um pouco confusos. Por que ela chamaria aquela mulher ao palco? Ainda assim, como era um pedido de Melissa, ninguém ousou contestar.Ellma Instan encarou Melissa com raiva e, virando-se para Amara, insistiu em voz baixa:— Amara, vá! Senão, os outros vão pensar que temos medo dela! O que ela pode fazer sob os olhares atentos de todos?Naquela situação, recusar diretamente o pedido de Melissa poderia parecer rude. Além disso, havia câmeras filmando tudo ao vivo...Amara estreitou os olhos. Depois de tantos anos enfrentando Melissa, ela praticamente podia prever o que a rival estava tramando só de observar seu sorriso.Sem hesitar, Amara se levantou lentamente e caminhou até o palco, parando diante de Melissa.Ao vê-las juntas, algumas atrizes não esconderam seus risos
O ambiente ficou paralisado em choque. Muitos ainda se recusavam a acreditar no que viam.— Impossível! Deve haver algum mal-entendido. Como isso poderia acontecer com Amara? Quem ela é para conseguir convidar uma pessoa tão lendária? — alguém exclamou.— Exato! Qualquer um pode contratar William Faustino se tiver dinheiro suficiente, mas para atrair figuras tão influentes como essas... é preciso muito mais do que apenas riqueza! — reforçou outra voz.— Amara é apenas uma atriz de segunda categoria! Como ela poderia convidar lendas desse calibre? — questionaram, entre murmúrios incrédulos.. . .Foi então que alguém, hesitante no meio da multidão, se lembrou:— Espera aí... Vocês não se lembram? A Alice Houtt mostrou uma carta de amor antes, dizendo que uma surpresa especial seria preparada para Amara. Será que... é isso?Ao ouvirem isso, todos se entreolharam, confusos.— Não... de jeito nenhum! — retrucou alguém.— Ele não era apenas um pobre plebeu? — zombou outro.— Quem disse que
"Até eu, que sou leigo, consigo sentir... essa comida é feita pelos deuses! É deliciosa demais!", alguém exclamou, maravilhado."É exatamente o mesmo prato, mas cem vezes mais saboroso que o anterior!""Que maravilha! Como eles conseguiram isso? Alguém pode me explicar? Só sabemos que é delicioso, mas não sabemos qual é o truque! Onde está o jornalista agora? Venha nos explicar, por favor!""Isso mesmo! Queremos uma avaliação profissional!"Atendendo ao clamor da multidão, o experiente jornalista gastronômico provou a comida com uma expressão solene. Por alguns instantes, não disse uma só palavra. Então, fazendo sinal para que todos se calassem, fechou os olhos e murmurou:"Não falem... preciso gravar este sabor na memória! Esta é uma oportunidade única na vida!"O jornalista experiente não estava exagerando. Ao redor, outros jornalistas e blogueiros culinários mastigavam lentamente, seus rostos tomados pelo prazer.No canto do salão, o rosto de Ellma Instan brilhava de felicidade:"A
"Hmph! Vocês estão apenas adorando cegamente ideais estrangeiros! O que há de tão especial nesses pratos? Não chegam nem à metade da qualidade da nossa culinária ancestral! A gastronomia do nosso país tem raízes profundas e milenares. Qualquer um dos nossos oito grandes estilos pode facilmente envergonhar os estrangeiros!" — declarou Alice Houtt com frieza, no palco.As palavras dela foram duras, e um dos convidados retrucou de imediato:— Ah, moça bonita, não é bem assim. Claro que a nossa culinária é maravilhosa, mas o País Central também é reconhecido mundialmente por sua cultura gastronômica. No fim das contas, cada lugar tem suas qualidades!— Isso é porque você nunca provou o melhor da nossa culinária tradicional. Caso contrário, não falaria uma coisa dessas! — rebateu Alice Houtt, com o olhar cravado em Amara, cheio de desdém. — É por causa de pessoas como vocês, que idolatram cegamente o que vem de fora, que a história e a cultura dos nossos ancestrais foram enfraquecidas! Voc
O calor parecia incinerar cada célula do corpo de Amara. Era um incêndio interno, ardente como lava, e a única chance de alívio estava no toque do homem à sua frente...Instintivamente, seus dedos se agarraram à pele fria e marmórea. A sobrevivência falava mais alto, eliminando qualquer resistência. A dor misturava-se ao prazer, crescendo devagar, intensificando-se como fogos de artifício iluminando o céu noturno de sua mente. Era como estar à deriva em um mar escaldante, subindo e descendo sem controle, completamente incapaz de escapar.“Ei, acorde... Está frio aqui, você pode pegar um resfriado.”Um toque em seu ombro fez Amara abrir os olhos ligeiramente. O olhar preocupado da enfermeira trouxe-a de volta à realidade. Ainda desorientada, ela sentiu o calor ruborizar seu rosto, como se tivesse sido pega em flagrante.Droga. Mesmo depois de tanto tempo, aquela noite, cheia de calor e descontrole com Asllan, continuava invadindo seus sonhos.Por estar bêbada a ponto de perder a consci
Cinco anos se passaram.No bar Eton, em um corredor isolado no último andar, Amara estava com a cabeça latejando após horas acompanhando alguns investidores. Procurando um lugar tranquilo para se recompor, ela encontrou um canto discreto. Porém, antes que pudesse relaxar, ouviu os passos determinados de Pillar, sua empresária, que a seguira até ali.Amara respirou fundo, reunindo energia para encará-la.– Pillar, o que você quer? – perguntou, visivelmente cansada.– Amara, deixe-me ser direta: você se inscreveu para o teste do papel principal feminino em Se Amar nas Estrelas? – Pillar cruzou os braços, a expressão carregada.– Sim. E daí? – respondeu Amara, erguendo uma sobrancelha.– Você não tem permissão para ir amanhã! – Pillar declarou com firmeza.Embora soubesse que deveria se surpreender, Amara apenas sorriu de leve.– E qual seria o motivo?– Agiu pelas minhas costas! Como sua empresária, eu já havia providenciado para Melissa fazer o teste.– Isso não impede minha inscrição,
Na sala de recepção do Eton Bar, o ambiente era sufocante.O chefe do bar, gerentes, seguranças e todos os funcionários relacionados estavam alinhados, com os rostos tomados pelo pavor. A tensão era palpável, pois o pequeno príncipe da Família Rideel, o precioso filho de Pitter Rideel, havia desaparecido dentro do estabelecimento.Sentado no sofá, Pitter permanecia impassível, com o rosto tão frio quanto mármore. Não demonstrava emoção alguma, mas a autoridade que exalava parecia sufocar todos na sala. As pernas de alguns tremiam visivelmente, e o suor escorria de seus rostos, como se estivessem à beira de um julgamento final.Diante dele, ajoelhado, estava Pietro, o irmão mais novo de Pitter, que chorava desesperadamente: — Irmão! Me perdoe! Foi culpa minha! Eu não deveria ter levado Pequeno Théo para um bar! Se algo acontecer com ele, eu não me perdoarei!Mal terminou de falar e Pitter desferiu um chute certeiro contra seu peito.O som do impacto ecoou, seguido de um leve estalo. Os
Pitter observava Amara atentamente, seu olhar fixo parecia querer penetrar na mente dela, como se buscasse a verdade por trás de sua surpresa. Ele analisava cada traço do rosto dela, tentando entender se o espanto era genuíno ou uma farsa bem elaborada.Depois de um longo momento de silêncio, parecia que ele finalmente acreditava que Amara não tinha ideia da identidade de Théo. Sua voz soou fria, como se fosse esculpida em gelo:— Faça seu pedido.— Pedido? Que pedido? — Amara franziu o cenho, confusa.— Meu irmão quer agradecer por salvar Théo. Ele está pedindo que você declare seu pedido! — Pietro Riddel respondeu com uma expressão animada, como se tivesse acabado de encontrar um tesouro perdido.Amara processou rapidamente as palavras. Cautelosa, ela respondeu:— Vocês realmente não precisam me agradecer. É verdade que salvei o Théo, mas ele também me salvou. Se não fosse por ele saindo para buscar ajuda, eu ainda estaria presa lá. Podemos considerar que estamos quites.Ela sabia q