Helena Narrando...

Nunca imaginei que um dia pisaria naquele salão — e muito menos ao lado de Lorenzo Vasconcellos.

O brilho das luzes quase me cega por um instante quando entramos. O ar é perfumado, o som suave de uma orquestra preenche o espaço, e tudo parece tirado de uma cena de cinema. As paredes de vidro refletem o azul e o prata das luzes, e o logo da V-Tech se repete em cada detalhe — nos painéis, nas taças, nas pequenas placas das mesas.

O chão de mármore polido reflete os lustres de cristal pendendo do teto. São tantos que é impossível contar. Cada um parece espalhar centenas de pequenas estrelas pelo salão.

Caminhar ali, no meio de tudo isso, é como andar dentro de um sonho que não me pertence.

As pessoas olham. Cochicham. E, por mais que eu tente fingir que não vejo, sinto cada olhar pousando em mim. Não sei se por curiosidade ou julgamento.

Lorenzo mantém a mão firme na minha cintura, e isso ajuda — ou talvez atrapalhe. O toque dele me prende à cena, me lembra