Heitor narrando
  — Que merda você tem na cabeça, Lorenzo? — soltei de primeira. — Você acha que eu não sei o que você está tentando fazer?
  Ele ergueu os olhos, arqueou uma sobrancelha e deu aquele sorriso irônico que sempre me irritou.
  — Bom dia pra você também, pai. — a voz dele saiu calma. — A que devo a honra dessa visita?
  — A honra é sua de me fazer perder a paciência. — me aproximei da mesa, batendo a mão sobre ela, o som seco ecoando na sala. — Eu vim aqui porque não vou ficar parado enquanto você brinca com uma pessoa...
  — Brincar? — fala, ainda com o sorriso sarcástico. — Ué, você queria uma noiva, então eu arrumei. Ainda não está satisfeito?
  O sangue subiu à minha cabeça, a raiva misturada à frustração que acumulei por décadas se misturou ao tom da minha voz.
  — Não me venha com essa desculpa barata, Lorenzo — gritei, inclinado sobre a mesa. — Não se trata de você ter cumprido uma regra, se trata do que você está fazendo com aquela menina!
  Ele recostou na cadei