Thomas
— Judith, abra os olhos. Olhe para mim — peço docemente e uma pequena brecha castanha me encara. Contudo, sua visão parece turva e eu penso que ela ainda está presa em seus delírios febris. — Sente-se, precisa tomar um remédio para baixar a febre.
— A minha cabeça está doendo.
— Logo tudo isso vai passar — falo enquanto ela engole o comprimido.
— Estou com frio.
— Vem aqui! — A puxo para os meus braços, livrando-me do copo e ela se aconchega junto ao meu corpo. — Vai passar! — sibilo, enquanto afago as suas costas e me pego beijando os seus cabelos.
… Ele não me quer!
Ele?
Quem é ele?
Um amor do seu passado?
Alguém que partiu o seu coração?
É por isso que não quer um relacionamento de verdade?
Ou tudo só está ligado a morte dos seus pais?
São perguntas que eu jamais terei respostas e que não posso reivindicá-las, porque nada construído entre nós é verdadeiro.
***
No dia seguinte…
O cântico dos passarinhos me faz abrir uma brecha de olhos cansados e a minha primeira visão é o r