O copo de uísque girava na minha mão, mas eu não tinha coragem de beber. O líquido âmbar parecia um alívio tentador, mas eu sabia que não resolveria nada. A culpa continuava queimando dentro de mim, como uma chama persistente, me lembrando, a cada segundo, do erro que cometi.
Eu tinha deixado Olívia sozinha na estrada. Por quê? Porque perdi o controle. De novo.
Levantei de repente, o som do copo batendo na mesa ecoando pelo ambiente vazio da sala. Andei de um lado para o outro, os passos ecoando como uma batida constante que não acompanhava o caos em minha mente.
— Ela está bem. Claro que está — murmurei para mim mesmo. Mas a voz na minha cabeça era uma mentira, uma tentativa patética de justificar o injustificável.
Eu sabia que tinha exagerado. Fui longe demais.
Passei a mão pelo cabelo, frustrado. A imagem dela, vulnerável, com os olhos cheios de algo que poderia ser mágoa ou fúria, não saía da minha mente. O jeito como ela ficou parada, firme, mesmo depois de tudo.
As chaves