— Bom dia.
Digo ao entrar na sala de jantar, minha voz quebrando o silêncio pesado que paira no ar.
Minha mãe, sentada à cabeceira, ergue os olhos do copo de suco. Seu sorriso é frio, quase automático.
— Bom dia, querido. Descansou bem?
— Sim. — Minto. O sono tem sido uma miragem nos últimos dias, e as olheiras sob meus olhos denunciam isso. Mas não é algo que minha mãe ou qualquer outra pessoa precise saber. Meu pai, sentado ao lado dela, permanece calado. Ele mexe no café com a colher sem nunca levantar os olhos. É estranho vê-lo assim, alheio ao que acontece ao redor. — Pai, está tudo bem? — Pergunto, tentando entender o que se passa.
Minha mãe suspira, impaciente.
— Seu pai está bem, talvez apenas um pouco abalado pelas ações do seu irmão. — Sua voz carrega o tom cortante de reprovação que lhe é característico. — Tudo isso seria evitado se não fosse por essa competição absurda. Era mais simples passar a posição para você e acabar logo com isso.
Antes que eu pudesse responder, Eth