Não sei como agir ou o que falar, dentro dessa casa. Era como se eu estivesse em um campo minado. Que café foi aquele? Comi na mesma mesa que ele. Isso foi estranho. Uma sensação boa, ao mesmo tempo que perturbadora. A todo o momento eu dizia a mim mesma que não deveria me acostumar com isso, pois era temporário.Ali, não era o Noah Novack da empresa. Era um amigo? Bem, não sei como o definir ainda. Ainda mais depois do que falou. Parecia que Noah havia entrado na minha cabeça e lido os pensamentos pecaminosos que eu criei, depois do que disse.Isso me deixou extremamente envergonhada, como se tivesse cometido algum erro. Cai de real, Emma. Aquele homem só quer ajudar você e sua bebê. Como uma caridade.Mas confesso que estava gostando de conhecer aquele homem que eu achava tão peculiar. Contudo, a aproximação me deixava em dúvida sobre suas reais intenções. Haviam olhares, palavras, frases com segundas intenções. Então, como não ficar, completamente, perdida?Hoje não precisávamos i
PovO dia se seguiu com esse gosto amargo, que fez Emma e Noah se questionar sobre o que estava acontecendo ali. Como se alguma coisa não tivesse se encaixando.Haviam momentos bons, onde eles se esqueciam de quem eram e o que realmente estavam fazendo, então, fluía tudo tão bem que eles desejavam que ficasse assim por muito mais tempo.Então, a realidade os consumiam, lembrando que, Noah, era o chefe e Emma, a secretaria, que tinha uma menininha fofa, que com um único sorriso, fazia todo o ambiente melancólico, parecer um paraíso.Noah se perguntava se ele estava ficando louco, em se sentir tão bem assim. Ele se esquecia dos detalhes e só pensava em viver sua vida daquele jeito, com a casa com mais de uma pessoa. Ele até esquecia que Emma era, na verdade, uma mulher com uma carga pesada, nas costas, e que, se ele quisesse ultrapassar os limites, teria que lidar com esses problemas. Então ele lembrava: eu já estou fazendo isso.O trabalho era uma desculpa, só que a cabeça dele estav
O som da campainha me arrancou daquele sonho quase improvável - mas era real. Estava acontecendo. Eu sabia disso porque meu corpo ainda ardia, colado ao dele, sentindo o gosto daquele beijo urgente, desesperado, como se o mundo estivesse prestes a acabar. Meus lábios ainda tremiam, e o rosto queimava de vergonha. Eu... eu tinha acabado de beijar meu chefe.Não - ele me beijou. Foi ele.E por que eu disse tudo aquilo? Eu não devia ter falado nada. Será que ele entendeu errado? Ou será que eu é que estou entendendo tudo errado agora?Mas não - ele disse. Ele disse que eu era a única que ele realmente desejava. Me beijou. Foi real. Não é loucura.Droga. O que eu vou fazer agora?Ele tossiu ao se afastar, nervoso, desviando o olhar como se também não acreditasse no que acabara de acontecer.- Me perdoe... acho que exagerei - murmurou, visivelmente constrangido.Eu, igualmente perdida, ajeitei o cabelo, tentando recuperar o mínimo de dignidade.- Eu... vou atender a porta - disse, quase su
Noah estava atordoado com o que tinha acabado de acontecer. Ele não achava que isso iria acabar acontecendo. Não era planejado. Não foi. Então, Emma entrou e disse tudo aquilo e ele interpretou da sua forma. Claro, seus sentimentos e desejos agiram juntos, o fazendo ir até lá e tascando um beijo nela, coisa que ele já queria fazer a um tempo, mas não tinha o sinal verde.Então... seus lábios no dela lhe deram a certeza do que ele tanto desejava: Noah estava apaixonado. Uma paixão sem explicação. Não havia acontecido nada demais. ela não parecia ser nada demais, contudo, foi a pessoa que o desestabilizou por completo.O beijo, o levou para as nuvens e Noah desejou que aquela sensação nunca acabasse, porém, acabou. O sentimento de ter passado dos limites o tomou, a culpa era enorme e vergonhosa. Ela não reagiu tão bem. Simplesmente fugiu, ao ouvir a campainha. Aquela sensação de desespero o tomou. Emma veio para sua casa para se sentir acolhida e protegida. Agora, Noah sentia que tinha
Eu não sabia o que eles estavam conversando. Uma parte de mim-curiosa, inquieta-queria desesperadamente ouvir, mas a outra lembrava que era errado. Tentei, com todas as forças, focar em outra coisa desde que eles foram para o jardim atrás da casa, aquele espaço quase mágico onde o mundo parecia mais calmo, mais simples. Um refúgio de paz. Mas desde que pisei naquela casa, minha mente parecia embaralhada, como se alguma coisa ali tivesse bagunçado meus pensamentos. Eu não conseguia pensar direito, muito menos agir como deveria.Então ela apareceu-sua mãe-exatamente como ele havia dito. E os dois seguiram para o jardim. Um incômodo cresceu dentro de mim. Eu tinha quase certeza de que estavam falando sobre mim. Nunca fui o tipo intrometida, mas quando o assunto era eu, era como se a curiosidade ganhasse vida própria. Depois de andar pela sala tantas vezes que parecia que eu ia abrir um trilho no chão, decidi. Bem devagar, caminhei até mais perto da porta de vidro. Ela poderia me denuncia
Não dava para acreditar no que tinha acontecido - no que eu aceitei fazer. Era como se uma parte de mim estivesse em choque, tentando entender onde tudo aquilo começou a mudar. Talvez o mais difícil fosse justamente separar as coisas. Porque, em qualquer momento, em qualquer lugar, eu sabia que veria aquele homem com outros olhos. Ele não era só meu chefe agora. Ele era meu namorado.Ele me pediu em namoro. Com aquele jeito calmo, aquela voz baixa que fazia meu coração falhar uma batida. E eu disse sim.Mas o quanto isso era errado?Se as pessoas soubessem... Meu Deus. Se a mãe dele soubesse - embora, pela forma como ela me olhou, como sorriu, eu quase podia jurar que ela aprovava. E isso só tornava tudo mais confuso. Porque por mais que eu quisesse me convencer de que estava tudo bem, uma parte de mim insistia em questionar: como eles iriam me ver? Como uma oportunista? Uma mulher se aproveitando da bondade de um homem que... que só sabia amar.Eu me importava demais com esses detalh
Eu poderia ter deixado tudo o que a Jessica disse entrar na minha cabeça, mexer comigo, me manipular... como se eu já não estivesse morrendo de medo de tudo desmoronar. Mas eu escolhi não deixar isso acontecer. Eu estava feliz. A Aurora estava feliz. Era como se... o Noah fosse uma espécie de fada madrinha. Sim, soa bizarro. Quase surreal. Parecia um sonho - e sonhos, eu sei, sempre têm um fim.Mas dessa vez, eu decidi viver esse sonho. Me permitir. Por um tempo, pelo menos. Porque eu precisava disso. Precisava relaxar, respirar fundo e acreditar que alguém estava do meu lado. Que alguém gostava de mim. Que cuidava de mim... mesmo eu sabendo me virar sozinha.Ainda assim, lá no fundo - bem lá no fundo - existe um medo. Uma sombra que insiste em sussurrar que tudo isso pode acabar. Mas eu não vou deixar que ela me consuma. Preciso me concentrar. Precisamos manter os pés no chão, não misturar as coisas.E eu vou lutar com tudo o que tenho para não deixar isso se perder.É claro que, às
Minha vida virou de cabeça para baixo desde o momento em que conheci aquele homem. Sim, houve momentos difíceis - dias em que me perguntei se tinha feito a escolha certa ao aceitar esse trabalho. Mas, por mais que existissem sombras, as luzes sempre foram mais fortes. E isso se tornava mais claro a cada dia.Nunca fui tão bem cuidada. Nunca me senti tão protegida. E minha Aurora... minha Aurora nunca foi tão feliz.Ele fez questão de contratar uma babá só para ela - uma mulher que, curiosamente, também cuidou dele um dia. E isso... isso não tem preço. Esse gesto, esse cuidado com os detalhes. Não era como se ela fosse apenas a filha de uma funcionária. Noah nunca a tratou como mais uma criança. Talvez essa seja a essência dele: um homem atento a tudo, que cuida de cada coisa como se fosse a mais importante.Se era bom para ele, era bom para todos ao redor. Não havia distinções. E quanto mais eu o conhecia, mais essa verdade se revelava. E mais eu me apaixonava.Engraçado pensar que nu