Narrado por Sara Lima
A mansão Vasconcelos era... intimidante.
Sabe aquela sensação de entrar num lugar onde tudo brilha mais do que devia? Tipo casa de revista chique, onde você sente até medo de encostar nas paredes? Era isso. Eu subi cada degrau da entrada como se estivesse invadindo território proibido — só que, tecnicamente, era meu novo lar.
Que loucura.
Rodrigo, o pai do meu “marido” — ainda estranho usar essa palavra — me observava com aquele olhar de quem já viu muita coisa. E de quem não cai fácil em encenação.
— Que bom que gostou daqui — disse ele, com um meio sorriso no canto da boca.
— Sim... agora fiquei animada pra começar logo — respondi, tentando fingir que aquilo tudo não me deixava completamente deslocada. Mas por dentro… eu tava quase chorando. Quase rindo. Quase gritando. Uma mistura esquisita de “final de novela” com “socorro, o que que eu tô fazendo aqui?”.
Aí veio a bomba. Rodrigo mandou sem rodeios:
— Sara, você e Vinícius não me enganam. Sei que vocês nem se