Debbie
Fico quente rapidamente, não deveria acontecer isso. Meu corpo não deveria me trair desse jeito, o homem é lindo, mas não muda o fato de ser meu chefe. Passo a língua pelo lábio inferior querendo pensar no que dizer, mas percebo que seu olhar percorreu cada movimento que minha língua fez. Um leve sorriso surge em seus lábios.
— Você está atraída por mim. — diz e volta a comer.
Arregalo os meus olhos.
— O que?!
Ao terminar de mastigar, bebe um pouco do seu suco natural.
— Você aperta a mão constantemente na minha presença, sua respiração fica falha quando me aproximo e você me olha mais tempo que o necessário. — as palavras saem tranquilamente daqueles malditos lábios. — Seu corpo te trai facilmente.
Não sabia onde enfiar minha cabeça, já é ruim eu pensar desse jeito, mas ele pensa e vê… Droga! Procuro manter a calma. A demissão não veio, mas não posso me dar ao luxo de dar uma resposta atrevida. Tenho que pensar antes de agir
— Sentir atração é normal, mas pode ficar tranquilo que…
— Não precisa se preocupar, Srta. Ward.
— Debbie. — Engoli em seco. — Pode me chamar de Debbie.
As palavras escapam de minha boca antes que possa raciocinar no que acabei de dizer. E a história de pensar antes de agir? Não temos intimidade para propor chamarmos pelo primeiro nome, não quando ele j**a na minha cara que sinto atração por ele. Uma relação profissional que deve existir entre nós, apenas.
— Quer mesmo cruzar essa linha de intimidade?
Ah, não! É apenas um nome caramba, porque faz parecer algo tão grande e a situação ficar tão sensual. Desejo meu chefe? Sim e daí? Não é como se ele fosse me jogar nessa mesa e me levar a loucura. Pode ser bem agitada e louca para algumas pessoas, mas tenho consciência e penso antes de agir. E uma coisa que eu deveria pensar e considerar é: não flertar com o meu chefe.
Mas a tentação é tão grande.
— Seria ruim? — Sussurro a pergunta.
O que estou fazendo?! Nos olhamos em silêncio, considero em desviar o olhar, mas não conseguia. A sensação de estar fazendo algo de errado e a qualquer momento alguém pode chegar e sermos pegos é eletrizante. Sr. Butler desvia o olhar e respiro fundo, percebendo haver prendido a respiração.
É, estou realmente atraída pelo meu chefe. Não posso negar um fato que aconteceu desde a primeira vez que nos vimos.
— É melhor tomar cuidado com o que deseja. — E com essas palavras almoçamos em silêncio.
Antes de sair da sua sala, o Sr. Butler revisa os papéis novamente e chama outra pessoa para fazer os trabalhos fora, deixando com que eu trabalhe na minha mesa. Droga! Por que não consigo agir direito perto desse homem? Tenho que pensar e focar no meu trabalho, esse emprego precisa dar certo por longos meses. Não posso jogar tudo para o alto! Foco Debbie! Há muita coisa em jogo e não quero voltar para aquele passado tenebroso.
Não! Para lá não volto nunca mais.
No final de semana, não me surpreendo ao dormir tanto. Minha cabeça lateja quando acordo e minha vontade é dormir novamente, mas fui convidada para almoçar na casa de um dos advogados da firma. Óbvio que não vou perder essa chance, o único motivo é não quero cozinhar, mas quero comer bem. Além de ser de graça.
Foram poucos esses convites e os que fui convidada fiz questão de ir, o que me deixou mais próxima deles.
Sou muito bem recebida, um apartamento sofisticado e pessoas escolhidas a dedo, mas uma pessoa especial chama a minha atenção. Thomas ergue o copo no ar, me cumprimentando. Dou um leve sorriso e faço o mesmo assim que recebo a minha taça. Lembro muito bem da nossa troca de conversa na empresa e não deveria ter gostado tanto.
Mantenho o tom formal com eles, parece mais uma reunião de negócios do que um almoço informal. Claro que deve ter segundas intenções de negócios entre eles.
— Tenho que dizer que fiquei surpreso em vê-la aqui.
É uma tarefa difícil não escondeu o sorriso que surgem meus lábios, Thomas logo aparece em minha frente não precisando me virar para mim. Algumas mechas dos cabelos castanhos caem sobre sua testa, o sorriso de canto performa muito bem no rosto desse homem.
— Momentos raros, mas que acontecem.
Thomas bebe um pouco dessa bebida.
— Entendo, esse pessoal é… — sua aproximação, me deixa surpresa. Ninguém parece se importar com nós dois, mas está muito perto. É como se fosse me contar um segredo. — Fechado demais.
Seu hálito fresco dança no meu rosto.
— Sim. — é o que consigo dizer.
— Mas imagino que seus outros colegas de trabalho deva ter te apresentado melhores lugares na sociedade. — Se afasta um pouco.
Já fomos em diversos lugares, cada grupinho com seu gosto diferente e fiz questão de conhecer cada um. Me distraiu demais e era o que estava precisando.
— Fui em alguns. — Me limito a dizer.
Procurando entender o quanto quero me arriscar com ele.
— Parece gostar de lugares agitados, estou certo? — seus olhos estão fixos ainda.
Balanço a cabeça em resposta.
— A música alta e balancear do corpo costuma deixar tudo mais leve depois de uma rotina longa de trabalho.
Thomas não me responde de imediato, é comentar em uma discussão sem dizer uma única palavra. Mas o assunto em si é malicioso e cheio de promessa, meu corpo esquenta com aqueles olhos castanhos-claro deixando tão explícito suas intenções. Sou a primeira a desviar e bebo de vez o champanhe em minha taça.
— Imagino como o balancear em seu corpo alivie a rotina pesada do trabalho.
Olho nervosa para os lados. O anfitrião nos chama para almoçar.
— É melhor irmos. — Comento.
Thomas anda ao meu lado.
— Está livre essa noite?
— Não. — Minto. — Vou pegar meu gato no veterinário mais tarde e mimá-lo um pouco.
Não tenho gato.
— Oh, qual o nome dele ou dela?
— Hum, Frank. — Falo o primeiro nome que vem à minha cabeça.
— Sinto muito pelo Frank. Espero que fique bom logo e que tenha a honra de sair com a sua dona. — Olho para ele, arregalando os olhos. Thomas pisca para mim e passa a minha frente indo ocupar o seu lugar.
Ok, todas as suas intenções estão bem claras. E agora? Ele não é o meu chefe. Quero dizer, não falo sobre a atração entre os dois, digo em relação à patente no trabalho. Talvez não seja o meu chefe direto? Aí! É aquilo, eu quero, mas não sei se devo. Uma relação entre colegas de trabalho dá certo?
Ah, mas Thomas Jenkins é um galanteador nato. O tipo de cara que gosta de uma diversão e notei na primeira vez que nos falamos, e só para distrair um pouco.
E estou precisando!