Entre raízes expostas, uma coelhinha branca se debatia. O pelo manchado de sangue, a respiração curta, irregular. Um ferimento profundo no flanco.
Camila sentiu a dor como se fosse sua.
— Cúria — disse Sekhmet, usando o tom ritualístico. — Você tem poder de vida e morte. Tente.
— Eu não sei como — Camila respondeu, angustiada.
Dois minutos e quatorze segundos, informou a loba. Depois disso, o fio se rompe.
Camila congelou.
— Você… você sabe quando ela vai morrer?
Sim. Mas esse dom é seu. Você também consegue saber.
O tempo parecia gritar.
— Eu não consigo… — Camila tentou concentrar-se, encostando o focinho com cuidado, sentindo o coração da coelhinha falhar. — Eu não sei fazer isso!
Você sabe. Só não acredita.
Ela tentou. Visualizou energia. Vida. Luz. Tentou empurrar algo de si para o corpo da coelhinha.
Nada.
O tempo acabou.
A coelhinha estremeceu uma última vez… e morreu.
Camila recuou, o peito apertado, um som baixo escapando de sua garganta. Tristeza pura. Fracasso.
— Eu não con