Ela abre a garrafa, despeja um pouco de vinho na taça e entrega Arthur. Coloca os óculos, pega uma agenda e uma caneta e se senta com ele.
— Bom, da última vez que tomamos vinho, era algo bem caro.
— Foi um Château La Fleur-Pétrus A.O.C. Pomerol 2006.
— Você lembra?
— Eu me lembro de tudo daquela noite, tudo! — ele sorri triste.
Ela muda de assunto.
— Você e seu irmão pediram o DNA e acesso às crianças.
O advogado está vidrado nas coxas da mulher e não entende o que sai da boca dela.
— Então, quando podemos marcar o exame? Só não quero nada que fure as crianças. Ouvi dizer que a saliva ou cabelo podem ser usados... Arthur... Arthur!
— Oi!
— Sua cabeça tá onde? Ouviu o que eu disse?
— Eu concordo.
— Com o quê?
— Com o que você disse.
Ela olha pra ele desconfiada.
— Vou pôr as crianças pra dormir e já volto.
Arthur pensa: “A filha da puta fica linda de óculos! Cacete! Se segura, Arthur, se segura! Ela fugiu, não pensou em como você ia se sentir, escondeu que teve dois filhos que podem s