As crianças, que não perceberam nenhum sinal, acreditaram. Se os pais deles estivessem brigados, o papai não iria repartir a refeição.
Após o jantar, as crianças planejaram passar a noite, e Miguel levou elas para seus respectivos quartos para contar histórias, também deixando propositalmente espaço para Camila e Rodrigo conversarem.
Camila limpava a mesa do jantar e foi para a cozinha lavar a louça. Rodrigo, que observava a silhueta dela na cozinha, apertou as mãos entrelaçadas e, em seguida, se levantou de seu assento para ir em direção à cozinha.
Rodrigo, arregaçando as mangas, disse:
- Eu te ajudo.
Camila, surpresa, ainda não havia reagido quando ele já tinha tirado o prato de suas mãos. Ela parou, baixando os olhos.
- Isso também é parte do teatro para as crianças? - Os cílios dela tremeram levemente ao responder, e ela sorriu. - Você acha que, com a nossa situação, podemos esconder por quanto tempo?
Ele parou, mas não disse nada.
Camila mordeu o lábio e se virou.
- Se você quiser