Carlos é um cara bem sucedido e feliz no casamento. Sócio de uma.grande empresa de transportes, é apaixonado por sua esposa, mas após uma briga com o amigo Luiz, uma pilha se instala atrás de sua orelha e ele começa a desconfiar que ela não seja tão confiável assim. Ele reencontrará um amor do passado e em busca da verdade, vai mergulhar em uma jornada contra um submundo que ele não sabia que existia. Aos onze anos, Alexia foi tirada do seio de sua família e jogada nas garras da própria sorte. Ela terá que enfrentar algo de que fugiu a vida toda, mas o conhecimento que tem não será suficiente para se livrar do... Tráfico do Amor
Ler maisCarlos chega em casa, ela está nervoso com tudo o que aconteceu, fica apenas um minuto parado na porta, segurando a maçaneta. Suspira.
O homem ainda não acredita que seu melhor amigo foi capaz de dizer aquilo de sua amada esposa. Ele revidou, mas não pode negar que ficou com a pulga atrás da orelha. Por que Luiz tinha dito aquilo?
- Não! Não vou ficar desconfiando dela! Luiz só pode estar interessado nela para insinuar tamanha ofensa. Deixa ele...já deixei bem claro para ele ficar longe da minha mulher - pensou com seus botões.
"-Você não deveria confiar tanto na Tailla...
-Por que?- Carlos interrompe seu amigo com raiva-Lave sua maldita boca para falar da minha esposa!
- É só que ela...
- Ela o que? Já te falei para não falar dela!
Carlos não mede as consequências e desfere um soco na face de Luiz, que não revida.
-Qual é Carlão, para que isso?
-Nunca mais fale dela!
- Tá bom, você é que sabe. Não está mais aqui quem falou.
- Tá Luiz...olha é melhor eu ir embora...
Um barulho tira Carlos de seus devaneios. Ele abre a porta e chama por Tailla, que não responde:
-Amor? Tailla? Onde está você?
Carlos procura por toda a casa e não a encontra, ao abrir a porta do quarto ele depara com Tailla próximo da janela. Ela puxa a cortina quando o vê. A pulga que seu amigo havia deixado atrás de sua orelha dá sinal e ele olha para ela desconfiado.
-Por que não me respondeu quando chamei?
-Oh...é que...você me assusta entrando assim no quarto. Eu não ouvi.
- Achei que o quarto também fosse meu.
- E é.
-Porque estava na janela?
-Eu...não por nada.
-Deixe-me ver.
Ele abre as cortinas, mas não vê nada.
-Viu. Eu não estava fazendo nada, só fui fechar a janela para eu me vestir.
- E por que puxou a cortina quando me viu?
- Porque eu estava indo fazer exatamente isso, mas aí vi seu carro lá embaixo mas não te vi.
Carlos fica meio cabreiro com sua resposta, mas prefere se calar. Não podia deixar que os outros colocassem minhocas na sua cabeça.
-Tá certo. Me desculpe, estava com umas coisas na cabeça e...
- Que coisas?
- Nada de mais, esquece.
-Ah... sim...claro. Com fome?
-Er...não, não eu vou para o escritório, tenho trabalho a fazer.
Carlos desceu para o escritório e pegou seu notebook, mas não conseguiu se concentrar no trabalho. Os pensamentos iam sempre para as coisas que ouvira de Luiz.
"Será que ela era mesmo confiável? Será que Luiz estava certo? Se ele dizia a verdade, por que só agora, depois de tantos anos?"
Eram muitas dúvidas. Mas precisava esquecer todas elas, ou iria enlouquecer.
Não sabia porquê, mas algo dizia a ele que não. Ela estava tão estranha de uns tempos para cá. Bom ela nunca foi muito normal, como as esposas de seus amigos, mas ultimamente ela estava se superando. Sempre misteriosa, sempre parecendo esconder algo.
Ele se perguntava se estava sendo tão cego ao ponto de não perceber que a mulher que achava ter se casado, na verdade não existia.
Ele tomou uma decisão.
Não iria ficar perturbado com isso. Iria esquecer o que Luiz havia dito. E foi o que fez. Enfiou a cabeça no trabalho e esqueceu.
Ao menos por um tempo.
(...)
Já passava das sete da noite, o trabalho já estava até que adiantado, levando em conta a confusão que estava a cabeça de Carlos. Uma batida na porta o fez levantar os olhos.
- Entre.
- Oi amor. O jantar está pronto.
- Não estou com fome querida.
Tailla fechou a cara e Carlos se levantou.
- Mas vou jantar mesmo assim, você fez com tanto carinho...
Ela sorriu e ele a acompanhou.
Os dois se sentaram à mesa e se serviram. Comeram conversando amenidades.
Depois do jantar Carlos ficou com a louça.
Eles subiram para o quarto e ele foi tomar um banho. Quando saiu do banheiro, encontrou Tailla dormindo.
Se deitou ao lado dela e acariciou seu corpo. Ela se remexeu e se afastou. Ele voltou a se aproximar e tocar seu corpo.
- Aí Carlos! Estou cansada. Me deixe dormir, sim?
- Quero fazer amor.
- Estou cansada, amanhã está bem?
- Tudo bem. - disse o homem contrariado.
Já faziam dias que não tinham nada, ela sempre tinha uma desculpa.
O estranho, era que antes de ouvir o que Luiz havia dito, ele não pensara assim.
Ele estava pirado. Só podia ser.
Mas ele não podia evitar. Com o que ele disse, simplesmente seu subconsciente começou a ver as coisas de um outro ângulo.
Aos poucos notou a respiração da esposa se acalmar e ficar mais regular. Ela estava dormindo novamente.
Ele se revirou na cama por alguns minutos, e temendo acordá-la, se levantou e foi até a varanda.
Olhou para o horizonte, sua casa era bem localizada, e ali, podia ver a cidade toda iluminada. Era uma bela vista. Ele comprara a casa apenas por conta dela.
Se segurou no parapeito e apoiou a perna, se sentando ali. Não era perigoso, havia um beiral.
Ficou ali por alguns minutos, então ouviu um barulho e desviou o olhar das luzes da cidade. Olhou para baixo e viu apenas um gato correndo. Quando ia voltar o olhar para as luzes, ele viu.
Um pouco abaixo do parapeito. Havia um pedaço de tecido, como se alguém tivesse prendido a roupa ali e puxado.
Ele desceu no beiral e puxou. Era um tecido que no geral, se usava em calças sociais. Tanto masculinas, como femininas. Colocou o tecido no bolso e voltou para o quarto.
Não demorou a dormir, mas não conseguiu não pensar que havia algo errado. Muito errado.
O que se pode dizer a respeito de tráfico internacional de pessoas? Que isso é uma atrocidade? Sim é, tratar seres humanos como se fosse mercadoria é inadmissível. Nesse livro eu trato apenas de tráfico de pessoas para prostituição, mas eles traficam, também para trabalho escravo e para vender para adoção, fora pessoas que perdem a vida para serem retirados os seus órgãos.Recém nascidos são roubados dos braços de suas mães para serem vendidos para familias ricas de outros países. Essas adoções são ilegais, e muitas das familias sabem a procedência e fecham os olhos. Algumas desconfiam e outras realmente são enganados. Temos que ficar de olhos abertos e denunciar.É necessário estimular as autoridades a inibir isso. Temos que fazer a nossa parte, protestar, postar nas redes sociais, falar, escrever, enfim colocar a boca no mundo!------------------------------------------------------<
A casa de Alexia e Henry já estava pronta, ela já havia escolhido os móveis e feito a decoração. Henry havia aceitado a proposta de Carlos para trabalhar com ele na empresa.Ele estava apreensivo, queria que aquela noite fosse especial, ele amava Alexia e aquilo não era segredo para ninguém, mas ele queria mostrar isso para ela essa noite.Alexia usava um vestido vermelho longo e justo, valorizava suas curvas e a deixava ainda mais bonita, seus cabelos estavam presos em um coque alto desgrenhado, ela estava linda.- Pronta para sua noite filha? - Sim, mamãe. - Ainda falta uma coisa. --O que papai?- Isso.Carlos mostrou a ela uma caixa quadrada de veludo azul. Ele abriu expondo um belo colar de jade, acompanhado de um belo par de brincos, não menos bonitos, as pedras eram vermelhas e combinavam perfeitamente com o vestido que Carlos havia lhe dado.- É lindo.- Venha, deixe-me colo
Alexia saiu do elevador como um foguete, só não se esqueceu de devolver o crachá porque a recepcionista a chamou.- Desculpe. - Falou entregando.Henry que a aguardava no hall, assustou-se ao vê-la daquele jeito e foi ao seu encontro. - O que houve? O que aquela mulher fez com você? - Nada, não foi nada.- Então por que está assim?- Você se lembra de quando me contou que tinha assinado a autorização para a minha...- Sim eu lembro. O que tem?- Eu te disse coisas horríveis e nunca me desculpei, me perdoa amor? - Porque isso agora?Alexia não respondeu, entrou no carro no banco de trás e Henry foi dirigindo. Ela encostou a cabeça no vidro e foi pensando, se lembrou de cada minuto daquele dia.Alguns di
Quando Henry voltou foi acompanhado pelo doutor Marcus, ele era um velho conhecido da familia de Alexia. Ela o conhecia da desde criança.- Olá doutor Marcus.- Ué vocês se conhecem?- Claro, ele é obstetra da minha mãe desde que eu ainda era uma sementinha.- Por isso eu fiz questão de acompanhar o caso de Alexia de perto. Ela também é minha paciente, desde que sua menstruação veio a primeira vez. A não ser pelo periodo que...- Prefiro esquecer esse período, doutor. Como está minha filha? - Está ótima, e você? Está bem para amamentá - la?- Suponho que sim.Precisamos ter certeza de que pode se levantar, pois ela está na encubadoura e não podemos trazê-la.- Estou ótima. - Alexia, você ficou em coma por doze dias, precisa descansar. - Só quero ver a minha filha. E a minha mãe? Ela está bem?- Sua mãe está na UTI neo natal.- Com a Vitória? - Não com o Alex.-Alex...- É seu irmão nasceu
Quando Carlos recebeu aquela ligação, Henry achou que fosse trote ou algum tipo de brincadeira. Chegou a achar que Alexia não estava naquele galpão, mas Arthur foi mais esperto que ele ao notar aquela parede falsa. Como pode ser tão estúpido? Estava na cara dele e ele não viu. Quase perdeu a oportunidade de salvar a sua futura esposa e sua filha. Quando ouviu os gritos dela já do corredor, imaginou toda a sorte de coisas, achou que ela estava sendo torturada por Sofia, pensou coisas horríveis, agora imagine qual não foi a surpresa dele, quando estevam a ponto de arrombar a porta e ela foi aberta. Alexia estava jogada sobre um colchão e parou de gritar quando o viu.- Henry. - Sussurrou. Parecia que sua voz era forçada a passar pela garganta. O homem abriu a cela e ele pegou Alexia no colo. Sentiu um grande alívio ao sair dali com ela a salvo. Mas quando pensou que tudo ficaria bem, aqu
Henry chorava ao ver a agonia de sua amada. Alexia já não conseguia gritar, apenas chorava, ela sangrava muito e já não tinha forças.- PARE O CARRO, HENRY, O BEBÊ VAI NASCER. - Gritou Alexia.Henry arregalou os olhos.- Não é melhor esperar chegar ao hospital?- NÃO! PARE AGORA!Henry encostou o carro em frente a um parque e saiu, abriu a porta de trás e pegou Alexia no colo. Com ela nos braços foi em direção ao parque, que tinha muitas árvores, procurou por um lugar, acomodou Alexia, que gemia, no banco, tirou sua camiseta e forrou uma dessas mesas que se usa pra fazer piquenique, pegou Alexia novamente no colo, e a colocou sobre a mesa. As únicas que os acompanharam foram Liz e Amanda. Liz trazia um cobertor que sempre mantinha no carro e colocou sob a cabeça de Alexia. Era noite e o parque, embora aberto, estava vazio.
Último capítulo