Horas depois daquela visão enigmática através da porta emperrada do jardim secreto, Lina ainda estava imersa em uma profunda inquietação. A imagem do que vira gravou-se em sua mente, um enigma a ser decifrado. Logo ela voltou ao palácio, horas se passavam e ela caminhava pensativa pelo salão principal da mansão, seus passos ecoando no chão de mármore, enquanto o burburinho dos servos preparando a mesa para o jantar começava a invadir sua bolha de concentração. O tilintar dos talheres, o arrastar das cadeiras – ruídos cotidianos que, para seu estado de espírito aflito, se tornaram uma insuportável poluição sonora. Uma irritação sutil, mas crescente, tomou conta dela. Foi a primeira vez que Lina agiu de forma tão alterada com os servos, sua voz carregada de uma urgência incomum.
"Por favor, gente, todos saiam daqui!" ela disse, sua voz um pouco mais alta do que o habitual, os olhos fixos em um ponto distante. "Depois arrumam isso, não é hora de barulho! Vão conversar na cozinha ou limpa