A tempestade está mais forte do que quando fui dormir com Hector ontem à noite. Ele não está mais ao meu lado na cama, mas sinto cheiro de almôndegas e molho de tomate vindo lá de baixo.
— Hector? — chamo, levantando-me. Agarro minhas roupas no chão e vou vestindo cada peça até chegar à porta do quarto. — Hector?
— Aqui embaixo. O almoço está quase pronto — a voz de Hector é calma e alegre. Por algum motivo ele está feliz, talvez por causa da nossa briga idiota e de sua desconfiança infinita? Bem, espero que ele tenha largado essa desconfiança até eu ir embora daqui com Eltery.
Desço sem pressa para o primeiro andar, sentindo com mais detalhes o cheiro do molho e das almôndegas a cada passo. Hector está sem camiseta, próximo ao fogão, e mancando quando se movimenta para pegar algo no balcão.
— Boa tarde, querido — ele manca em minha direção.
— Não precisa vir aqui — tento avisar, mas ele já deixa um beijo suave nos meus lábios e se afasta, mancando de v