Passaram o final de semana daquela forma, entre beijos, carícias e muito sexo. Tank também descobriu algo sobre si mesmo, amava ensinar. Bom, talvez não fosse exatamente assim, porque era a primeira vez que se importava em ensinar uma mulher a fazer amor. Normalmente ele não se incomodava se a garota que estivesse embaixo dele estava gostando ou não. Ao menos, todas voltavam, mas nunca se importou. Com Dállia não foi assim. Ele amou quando levou a mão dela em uma área mais íntima e pode guiá-la naquele processo. Estavam se beijando, tinham acabado de fazer amor e Dállia estava deliciosamente enxarcada do prazer de ambos. Passou a mão entre as pernas da menina e levou a mão a própria boca. O gosto era perfeito, passaria o dia inteiro saboreando. Ela sorriu meio tímida. — Por que sempre faz isso? — Porque você tem mel aqui, minha flor. E eu sou um zangão guloso. Dállia ficou corada, e foi quando Tank puxou a mão dela junto com a dele, no começo ela ficou tensa, mas depois ele
Tank não voltou para casa, tirou a camisa social que ele nunca gostou e jogou pela janela do carro. Voltou para o condomínio da máfia, quis levar a irmã para a aula, mas ela já não estava, passou o dia treinando, trocar socos era o único jeito que conhecia para desestressar e nesse dia, pela primeira vez, ele foi notado pelo chefe de treinamento. — O garoto é bom, tem certeza de que ele é da segurança? — O chefe deu ordens de que ele não trabalhasse, está afastado até disso. — Vou falar com o chefe.Dylan comandava os treinamentos da máfia desde que se juntou a eles, o conhecimento que adquiriu quando ainda era do FBI o fez um membro valioso. A única questão era que ele só obedecia a um homem e esse não era o atual capo, aliás nem mesmo o antigo. O caminho que o levou até aquele lugar foi cheio de curvas, obstáculos e preconceito, mas o fato é que Sombra o salvou de si mesmo. Dylan se infiltrou entre eles usando uma garota, mas a pessoa que ele mais feriu foi justamente a que e
Já Tank enquanto preparava o lanche da irmã, pensava em Dállia. Não sabia se ela tinha se alimentado, a menina não tinha dinheiro e ele não havia levado o almoço como havia prometido. Sentiu o peito apertar, preparou o lanche da irmã com o pensamento tão repleto daquela mulher que nem se deu conta de que fez dois sanduíches ao invés de um. — Vai comer sanduíche? Milagres que só acontecem quando apanha. Quem fez esse estrago, vem, deixa eu limpar. Amara normalmente cuidava dos machucados do irmão, não sabia muito bem o que fazer e Tank costumava pará-la antes do fim, deixava que ela passasse água oxigenada e nada além disso. Se sentou no sofá, passou a mão no tecido e pensou que Dállia adoraria ter um sofá fofinho e bonito como aquele. Levantou apressado, pegou um sanduíche e saiu sem se despedir da irmã. — Tank? O que foi? Tank! Ela correu atrás do rapaz, mas ele já estava longe, não entendeu absolutamente nada. Ficou olhando o irmão entrar no carro como se precisasse salvar a
O perdão é um sentimento sofisticado demais para os brutos e divino demais para os humanos. Tank tentou de todas as formas fingir que nada havia mudado. Continuou cuidando de Dállia com o mesmo carinho, os mesmos rituais e não tocou naquele assunto. Não a levava mais ao trabalho, nem aparecia na hora do almoço, apesar disso, preparava uma marmita com carne e legumes, outra com salada e uma menor com morangos. Tentava escrever bilhetes bonitos, mesmo que nem a caligrafia, nem a gramática o ajudassem. As vezes acordava horas antes de Dállia, apenas para conseguir escrever aqueles bilhetes. Precisava rasgar vários até achar que um estava digno de acompanhar o almoço da garota. Foi a forma que encontrou para lutar por ela, talvez se fosse romântico, se mostrasse o quanto a amava, talvez ela esquecesse o imbecil de coleira de tecido. Tentou, mas a cada dia as brigas ficavam mais feias, Dállia não respondia e isso o irritava. Chegava tarde, não dizia o motivo. Voltava com a marmita i
Meses passam voando quando estamos dançando à beira do precipício, qualquer extremo faz a percepção de tempo mudar, alegrias que nos arrebatam, tristezas que nos isolam. E foi isso que aconteceu naquela pequena casa que já não tinha o brilho de felicidade que um dia ostentou. Tank jamais percebeu que estava sem receber os honorários da organização. Dylan fazia os depósitos todos os meses, não podia desobedecer ao chefe, mas podia fazer alguma coisa, e fez, não apenas os depósitos, como passou a se encontrar com o rapaz em campo aberto para treinamentos táticos. — Você é bom, mas tem muita raiva aí dentro. Se não aprender a controlar isso, no final vai ser só um valentão daqueles que são odiados na escola, sabe? — Tá legal, vou dar um jeito. — Quer conversar? — Conversar o quê? — Sei lá, sobre o que te deixa assim. Às vezes te pego olhando para o nada, outras soca essa árvore como se enxergasse outra coisa na sua frente. Nem sei como a coitada ainda não caiu. — Testosterona. Já
Puxou conversa com aquela mulher e entraram juntos no elevador como se fossem amigos, sem suspeitas, sem problemas, já tinha ouvido Dállia falar que ficavam no terceiro andar, então, desceu ali mesmo.Antes de sair ainda olhou no espelho e verificou se estava apresentável. Olhou para todas aquelas pessoas, estavam tão focadas nas próprias telas que nem notaram a sua presença.Procurou pela namorada, as flores e o coração na mão e foi então que ele a viu saindo do banheiro e entrando em uma sala ao fundo. A seguiu, achou que sua flor tivesse uma sala só dela, ela era inteligente. Ficou orgulhoso.Se aproximou devagar, queria surpreendê-la, mas pela fresta da porta entreaberta, Tank viu Dállia encostada em um armário de metal enquanto Julian a beijava e percorria o corpo da menina com a mão. Sentiu como se um buraco tivesse se aberto sob seus pés, as vozes que antes eram irritantes desapareceram, o tempo parou. Não sabia quanto tempo tinha ficado ali, só despertou quando uma moça o
Perder a coragem é uma das coisas mais fáceis quando tudo o que você enxerga a frente é derrota. Dállia tinha certeza de que o único resultado possível para aquela conversa era o fim, achava que sabia o que Tank diria. -Você quis, você provocou, você gosta- Lembrou da frase... Mulheres como você. Deixou o celular com a tela aberta e foi para o banheiro, precisava respeitar, lavar o rosto, fugir... e ao mesmo tempo, quem sabe Tank visse aquelas fotos e entendesse o que estava acontecendo sem que ela precisasse explicar. Ao menos parte do plano funcionou, quando saiu ele estava segurando o celular, os olhos úmidos e vermelhos, não sabia se era raiva ou tristeza, mas então, ele a desarmou. Esticou o celular e perguntou com a voz fraca. — O que eu faço, minha flor? O que eu preciso fazer para você me amar? Tem algum jeito? Qualquer coisa. — Você viu as fotos? Entendeu? — DROGA, DÁLLIA! EU NÃO QUERO FALAR DO SEU AMANTE, ESTOU FALANDO DA GENTE PORRA! O QUE VOCÊ QUER SUA CADELA? O QU
Ao contrário do que Tank imaginava, ele não era o único com a alma completamente dilacerada, Dállia também perdeu o restante de humanidade que ainda tinha.No dia seguinte foi ao escritório usando tênis, um vestido social e a camiseta do Guns’N roses. Só não faltou porque tinha uma missão, algo que ela julgava ser grande, tão grande que seria egoísmo deixar tudo se perder por causa da própria dor. Entrou sem cumprimentar os seguranças, mas agradeceu o chocolate que ganhou de um deles. — Obrigada, ErickEla conhecia todos pelo nome e gostava de usá-los, por muito tempo até mesmo seu nome foi roubado dela. Deu uma risada amarga com o pensamento. Dalila, a prostituta. Russo a chamava assim, o filho dele a tratava assim, talvez o nome combinasse mesmo com ela. Entrou no elevador, cumprimentou as amigas. — Bom dia, Mirna. — Bom dia, TatiMirna foi a primeira a reclamar da aparência desleixada de Dállia. — Que isso? Dormiu na rua? O Julian vai te matar, ele já perguntou umas dez ve