Lacrimal city, Cardelhas 2075

E disse-me mais:Está cumprido.

Eu sou o Alfa e o Ômega.O Princípio e o Fim.

A quem quer que tiver sede, de graça, lhe darei da fonte da água da vida.

        Apocalipse 21;6

Muito anos depois de Londres

O dia nasceu lindo e o único objeto a brilhar acima de todos,naquela piscina azul celeste, era o sol.O mundo evolui assim como os vampiros, e não falo só da forma espiritual mas, principalmente, física.

Julio Cesar, por exemplo, cortara seus longos cabelos e os 'espetara' para cima dando aquele charme despojada junto a jaquete de couro que substituira o sobretudo de antes.

Marcus por outro lado deixara seus cabelos crescerem em leve ondas a altura dos ombros e abandonaram os casacos e sobretudos por jaquetas e camisetas, mas continuaram adeptos de cores fúnebres.

No momento, o pequeno grupo vinha por um túnel formado por árvores altas e com muitas folhas. Ok que o sol já não mais os afeta,mas isso não significa que eles o adorem.

Abruptamente Julio Cesar estacou.

-Julio Cesar, o que foi? -perguntou-lhe Brenda ao seguir seu olhar e ficar boquiaberta como ele ao ver aquilo que não lhes seria possível.

-Não é possível - murmurou com o coração em disparada como há muito tempo não acontecia.

Todos ficaram espantados, felizes e alguns tomados de ódio ao verem o que aqueles dois contemplavam.

-Aquela não pode ser Miranda - enraivou-se Lais - eu mesma matei aquela vadia.Eu a vi virar cinzas pelo ar - mas a última parte ela acrescentou em pensamento já que seu segredinho valia ouro.

Logo mais á frente vinha aquela que todos estavam a jurar que era o passado encarnado no futuro.

Uma garota de longos e lisos cabelos negros como a noite com mechas azuis escurar a brilharem e olhos tão negros como a vastidão escura aproximava-se daqueles que ela percebera pararem do nada e lhe encararem com diversas emoções em seus rostos.Em suas mãos a garota trazia dois cadernos colegiais e um estojo, sinal de que estava a caminho da escola.

O encontro estava próximo, mas Julio Cesar não queria e nem podia esperar, então adiantou-se em direção a 'sua Miranda' e agarrou com firmeza o braço da garota que arregalou os olhos e estremeceu com aquele toque frio.

-Miranda, meu amor - e pela primeira vez em anos, ele sorriu.

-Desculpe - com gentileza, mas tremor, esta puxara seu braço do aperto daquele estranho - mas meu nome é Soraia - e tratou de sair rapidamente da presença daquele grupo que lhe causava arrepios.

-Ela é a Miranda - afirmou ao trocar seu sorriso de amor pelo de ressentimento diante da recusa e mentira da garota.

-Não ouviu ela dizer que se chama Soraia?!

Lais trazia fúria e medo em suas palavras, afinal, se Julio Cesar descobrisse o que ela fez com Miranda, teria o mesmo, senão, pior destino.

-Ela está mentindo!

-E por que ela o faria?

Brenda olhava com atenção para a garota que se distanciava, e via óbvias semelhanças e diferenças entre ela e Miranda, mas sabia que o amor podia cegar, mesmo um ser como Julio Cesar.

-Soraia, o que foi? - perguntou Amy, a melhor amiga de Soraia desde crianças,uma garota pequenina de cabelos ruivos com mechas brancas nas pontas ao meio de suas costas, olhando com seus brilhantes olhos verdes escuros para a preocupação estampada no rosto da amiga que olhava para um sujeito que a encarava fixamente.

-Aquele cara me abordou me chamando de Miranda e meu amor de um jeito muito estranho.

-Ele te confundiu com outra - disse ao pegar as mãos da amiga e perceber que esta as tinha gélidas e trêmulas.

Soraia então deu uma olhada de rabo de olho e, para seu alívio, o grupo assustador havia sumido.Ao menos por enquanto.

-Acho melhor entrarmos - falou Amy, mas então estremeceu do nada, como se alguém a espreitasse, então deu uma olhadela ao redor, mas nada vira.

'Pôxa, tô ficando paranóica também'.

Olhas espreitaram por detrás de uma árvore,seu alvo era uma garota linda demais para não olhar, vestida numa calça branca e blusa azul escura com tiras lhe abraçando o corpo, mas aquele olhar verde como duas esmeraldas o deixou sem palavras.

Um enorme prédio de três andares entrou em destaque e o letreiro negro Division Academy entrou em constraste com a cor clara do prédio e a escadaria estava abarrotada de estudantes se dirigindo as enormes portas duplas abertas a estes.

O que Julio Cesar e seu grupinho nem sequer imaginavam, é que por detrás de um beco ao canto de uma casa, um belo par de olhos verdes claros com algumas mechas negras caindo sobre estes os espreitava, ora franzindo o cenho ora adimirando algo. Quem era? O que queria?

O primeiro andar do colégio era ocupado pelas salas de aulas onde alunos entravam e saiam.No segundo piso ficava o refeitório, a biblioteca e a videoteca.E no terceiro um salão para aulas de dança.Tudo pintado com cores claras num contraste forte com os móveis em madeira escura e as cortinas brancas.

O campus do colégio era bem amplo com árvores e bancos de madeira ali e aqui e uma faixa de cascalho que levava a quadra de futebol e a de basquete.

No momento alguns alunos estavam espalhados por ali a conversarem sobre a festa cinemática, ou seja, festa a fantasia de cinema que aconteceria no sabado em prol do hospital que fora saqueado.

-Eu tenho que ficar perto daquela garota - dissera Julio Cesar sentado em uma carteira ao fundo da sala, indicando com os olhos para Soraia á Brnda ao seu lado que nem acreditava que estava em uma sala de aula depois de milênios.

-Mas ela não é Miranda.

-Pode não ser na alma, mas no corpo é - rebateu e então Soraia lhe encarou nos olhos e ali viu que ela tinha o potencial para carregar a alma de seu amor.

Antes que Brenda viesse a falar algo, Marcus sentou- se na cadeira á frente e encarou Julio Cesar - isso é obsessão, Julio Cesar.

Julio Cesar rosnou um - eu vou trazer Miranda de volta pra mim - e levantou-se rapidamnete, o que fez vários olhares se voltarem para si, mas pouco se importou, pois estava indo de encontrou ao seu amor.

Do outro lado da sala, Lais escutava tudo claramente e trincava seus dentes ao olhar para a tal Soraia que sorria para a outra ao seu lado, enquanto Julio Cesar se sentava na cadeira atrás da sua atento a tudo o que ela fazia.

'Ele ainda não esqueceu aquela desgraçada.E mesmo depois de morta, ela ainda empata a minha vida'.

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