Duas horas depois, recebi a notícia do acidente de Sebastião. Foi Miguel quem me avisou.
— Carolina Pinto, o Tião sofreu um acidente de carro! Ele está sendo socorrido agora… Você pode vir até aqui? — A voz de Miguel era urgente, carregada de preocupação.
Minha mão tremeu, e a lembrança da nossa última discussão me atingiu como um raio. O celular escorregou dos meus dedos e caiu no chão com um estrondo.
Do outro lado da linha, Miguel ouviu o barulho alto:
— Carol?! O que aconteceu? Você está bem?
Na cozinha, Luana, que estava preparando o jantar, correu para fora assim que ouviu o som. Seus olhos estavam cheios de preocupação ao me encarar.
Miguel continuou, sua voz ansiosa do outro lado da linha:
— Carol, não me entenda mal, não estou pedindo para você doar sangue para o Tião, não é isso... é só que... queria que você viesse vê-lo, porque...
Ele fez uma pausa antes de completar:
— Porque quando ele foi colocado na ambulância, ele estava chamando o seu nome.
Luana olhou para o telefon