Eu fiquei olhando para Miguel, e a reação dele me deu a resposta de que eu precisava.
— Carol. — Miguel me chamou suavemente. — Não pense demais.
Pensar demais?
Na verdade, eu não estava pensando muito.
Mas, agora que ele falou isso, não pude evitar começar a pensar mais.
— Os tios e tias também sabem, não é? — Eu perguntei, embora fosse uma pergunta, também era uma afirmação.
Eles me criaram durante tantos anos, como poderiam não saber o meu tipo sanguíneo?
— Carol, quando meus pais te trouxeram para a família Martins para te criar, era natural que eles tivessem que cuidar de você. Não tem nada de errado em saber disso. — Miguel explicou com muito esforço.
Sim, eles me conhecem, sabem que eu sou de sangue dourado, assim como o Sebastião, e isso não tem nada de errado.
Mas eles nunca haviam mencionado isso, e isso parecia errado.
— Carol, por que você não fala nada? Não pense demais, meus pais te tratam como filha, eles não teriam outros sentimentos. — Miguel continuava tentando explic