Ele parecia bruto, rígido e até um pouco assustador.
Nos últimos anos, os homens com quem tive contato eram todos de pele clara e bem cuidados, usavam camisas, gravatas e ternos.
A imagem do homem à minha frente me fez pensar que ele tinha acabado de sair da prisão.
Instintivamente, apertei a alça da minha mochila, lembrando do spray de pimenta e da faca de autodefesa que Luana tinha colocado na minha bolsa antes de eu sair.
Mas antes que eu pudesse alcançá-los, o homem já tinha ligado o carro e não disse uma palavra.
O que significava aquele olhar que ele me deu antes?
Eu não entendi, mas meu coração, que tinha acabado de ser curado ao chegar nesta cidade, começou a bater descompassadamente de novo.
Por causa da minha cautela, não consegui apreciar a paisagem da cidade. Só quando o carro parou, paguei e desci, vendo o carro se afastar, consegui respirar aliviada.
Já eram dez da noite, e eu sabia que vir para cá a essa hora não era a melhor ideia. Eu poderia procurar o lugar onde