No quarto do hotel.
José estava sentado ao lado da mesa e olhou para Carolina, que estava escondida no corredor e não se atrevia a se aproximar.
— Tome o remédio. — José empurrou para frente a xícara com o remédio já misturado.
Carolina se escondia nervosamente atrás da divisória e, ao ouvir a voz de José, baixou a cabeça e se aproximou.
— Você prefere descansar no hotel ou sair para dar uma volta? — A vista do mar em Cidade S era bonita e José se lembrava de Carolina ter dito isso antes.
Carolina segurou a xícara e os olhos brilharam um pouco.
Ela não era boa em expressar-se, mas seus olhos nunca mentiam.
Era fácil saber se ela gostava ou não de algo apenas olhando para os olhos dela.
Quando José a vir pela primeira vez na Família Santos anos atrás, tinha achado que havia uma simplicidade em seus olhos.
— A febre baixou? — José se levantou e tocou na testa de Carolina.
O corpo de Carolina ficou rígido por um momento e, surpreendentemente, não se afastou.
— Continua um pouco quente, to