Manuel, decidido a provocar Rosana, perguntou com um ar sério:
— Você realmente não se lembra de nada? Ficou me abraçando, querendo me beijar!
A descrição vívida de Manuel fez Rosana imaginar a cena, e só de pensar que poderia ter agido assim em um surto de sonambulismo, sentiu uma vergonha imensa.
Seu rosto corou instantaneamente, e ela, indignada, rebateu:
— Mesmo que eu estivesse sonâmbula, por que você não me acordou?
Dizendo isso, Rosana verificou suas roupas e calças, se aliviando ao ver que estavam exatamente como antes. Se sentindo um pouco mais tranquila, foi até o banheiro para se lavar.
Com movimentos rápidos, Rosana pegou uma escova de dentes e creme dental descartáveis, e, após se higienizar apressadamente, começou a sair da casa de Manuel como se estivesse fugindo de uma doença.
Ao passar pela sala, sequer cumprimentou Manuel, que lia o jornal de finanças sentado à mesa de jantar. Na noite anterior, Rosana se sentira como um rato, se escondendo no guarda-roupa para evitar