Capítulo 2

𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. 

Segui para casa ainda pensando no que havia acontecido, gostava muito das crianças e por isso optei pela área da educação infantil, eu acreditava que sendo professora poderia fazer a diferença na vida das crianças. 

Após alguns minutos estacionei o carro na frente da minha casa, era uma casa simples em um bairro subúrbio daquela cidade, mas era um bairro calmo e bastante familiar, pois sempre via as crianças brincando na rua e até mesmo passeando com seus cachorros. 

Desço do meu carro e logo fui cumprimentada por Rebecca, que foi a minha mãe de leite, e ela era a única mãe que tive, já que não conheci minha mãe biológica, pois a mesma acabou falecendo no parto. 

— Boa tarde, minha filha, você chegou tarde hoje. — ela falou me olhando. 

— Boa tarde mãe. — beijo sua cabeça em sinal de respeito. — Eu tive que deixar um aluno em casa, o pai esqueceu de buscar ele 

— Meu deus, mas que tipo de pai é esse? 

Letícia deu de ombros e juntas entraram na casa, Letícia morava sozinha desde que o seu pai havia falecido, após um ano que sua mãe havia falecido, e a senhora Rebecca que era sua vizinha e estava sempre ali para lhe fazer companhia. 

Letícia colocou suas coisas sobre a mesa da entrada e seguiu para a cozinha, para fazer café, ela contou tudo sobre Matheus para a sua mãe, e de como ele parecia triste, e até mesmo deslocado entre as outras crianças. 

A mulher se lamentou, Rebecca era uma mulher amorosa e bem gentil, e ela amava Letícia como se ela fosse filha do seu ventre assim como Christopher que era seu filho biológico. 

— Bom querida, eu preciso ir daqui a pouco o Christopher chega. — Ela falou olhando no relógio da parede, e já passava das sete da noite — E tenho que fazer o jantar dele. 

Elas se despedem e logo Letícia estava sozinha novamente, e seus pensamentos estavam em como Matheus estaria, a mesma sai de seus pensamentos quando escutou o telefone tocar e sem nem olhar ela atende. 

— Alô? — Falou prendendo o celular na bochecha e o ombro enquanto mexia na panela. 

— Como é que você ousa tirar o meu filho da escola? — escutou uma voz masculina bem furiosa do outro lado da linha. 

— A senhor Augusto. — falou e suspirou tentando se acalmar. — Bom eu tentei ligar para o senhor para avisar, liguei várias vezes mas nenhuma das minhas chamadas foram atendidas, e já iriam direto para a caixa postal. — O homem tentou falar mas Letícia continuou. — E na escola temos um horário certo, e a nossa aula termina às duas e meia, tenho certeza de que o senhor foi informado sobre isso. 

— Eu tive alguns problemas na empresa. — Ele falou como se aquilo fosse uma justificativa plausível. 

— Olha, não tem como eu adivinhar, uma vez que o senhor não atendeu as minhas chamadas não é mesmo? E o seu filho foi entregue com todo o cuidado possível nas mãos dos seus empregados. — Letícia falou com calma. — O Matheus estava bem chateado, e eu acredito que o senhor deveria falar com ele. 

Letícia esperou que o homem fosse falar alguma coisa, mas ele ficou calado. 

— Senhor Augusto, eu acredito que já estamos entendidos, tenha uma boa noite e amanhã nos vemos. — Não esperou a resposta dele e desligou a chamada. 

E como ele ousava querer tirar satisfação alguma dela? Sendo que quem tinha esquecido o filho era ele, será que ele não percebia o quão arrogante ele era? Letícia desligou o fogão e percebeu que a fome havia passado, e a conversa com aquele homem prepotente tinha acabado com o seu apetite. 

E pela primeira vez em bastante tempo ela se sentia realmente furiosa, não gostava daquele tipo de gente, a jovem saiu da cozinha e foi para o seu quarto, e quem sabe no dia seguinte ela estivesse menos brava com toda aquela situação e agir civilizadamente com aquele homem. 

[...] 

𝓐𝓾𝓰𝓾𝓼𝓽𝓸 𝓒𝓪𝓶𝓹𝓸𝓼 

O homem j**a o seu aparelho em cima da mesa do escritório, e ele poderia falar que aquela mulher era bastante ousada, sem pensar que poderia falar daquele jeito com ele.

— Filho. — A mulher alta e magra trajava um vestido de seda, entra em seu escritório, a mesma tinha os fios negros e longos — O que houve?  

— Nada mãe. 

A mulher observou o filho e se aproximou do mesmo, Laura teve três filhos e ela conhecia cada um deles como a palma da sua mão, e ela sabia que seu filho mais novo não estava bem, e a recente separação só piorou o humor do rapaz que já não era dos melhores. 

— O Matheus chegou sozinho da escola. — ela falou como se não soubesse. 

E como se o remorso por ter esquecido seu filho na escola não estaria se corroendo com aquilo, e se tivesse acontecido algo com ele? E se não fosse aquela jovem professora que o tivesse levado em casa, e sim alguém com a índole ruim? 

— Eu sei mãe, eu.... eu esqueci o meu próprio filho na escola. — Augusto falou com o tom de voz bem chateado consigo mesmo.  

— Querido.... — Laura falou tentando se aproximar, mas Augusto se afastou. 

E a verdade era que ele não queria ser consolado, pois o que ele havia feito não tinha perdão. 

— Eu nem consigo pensar direito mãe, a minha mente está na Lily. 

— Querido, não há nada que possa ser feito, ela que escolheu ir embora. — A mulher falou fria. 

— Mas eu não aceito que ela tenha preferido o amante do que o próprio filho. — Augusto vocifera. — Eu já sabia que ela não me amava mais, e desde que nós nos casamos ela só mostrou a sua verdadeira face, mas o Matheus.... Ele é tão pequeno, que só tem cinco anos e sente falta dela. 

— Filho não pensa nela ok, o Matheus irá ficar bem, eu tenho certeza - Laura falou apertando o braço do filho. — Vamos até o quarto do seu filho, ele estava esperando por você. 

— Não mamãe, eu não quero ter que olhar para o meu filho depois de ter praticamente esquecido ele na escola. 

A mulher dá um último olhar para Augusto antes de sair triste, o mesmo se sentou na cadeira e fechou os olhos desolado, ele não sabia como agir, não sabia como explicar para o seu filho que a sua própria mãe o deixou para ir embora com o amante. 

E o pior era que o amante era o seu próprio irmão, o seu tio Ricardo, mas ele não poderia falar aquilo para uma criança que já estava traumatizada o bastante, ele suspirou e tentou se acalmar, e no dia seguinte se desculparia com Matheus, e com a professora atrevida,não deixaria que Lily atrapalhasse a sua vida. 

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