Sonhos compartilhados
Sonhos compartilhados
Por: Yasmin Sobral
Capítulo 1

𝔏𝔢𝔱í𝔠𝔦𝔞 𝔖𝔦𝔩𝔳𝔞. 

Letícia entrou na sala que ela usava para dar aulas para crianças de até seis anos, ou como ela gostaria de chamar ele de seus pequenos. 

As paredes da sala estavam cheias de desenhos dos seus alunos, tinha cadeiras e mesas espalhadas pela sala, tinha uma estante com livros e brinquedos também o que fazia a jovem professora sorrir. 

A moça tinha se formado há pouco tempo, e assim conseguiu um emprego naquela escola de classe alta, após uma seleção bem rigorosa, mas apesar da pouca idade Letícia era muito competente. 

A mesma colocou a sua bolsa sobre a mesa e então começou a arrumar a sala, ela limpou a lousa, arrumou os livros, e ligou o aparelho de dvd onde colocava filmes infantis até dar o horário de início das aulas. 

Ela se ajeitou quando ouviu baterem na porta, ela olhou pelo local e viu um homem alto, com os cabelos negros, tinha a barba por fazer e com a expressão séria, o mesmo trajava um terno preto exalando poder, e logo atrás dele tinha um garotinho de cabelos negros também, e lisos,com olhos assustados e parecia bem tímido, afinal ele estava se escondendo atrás do pai. 

Letícia franziu o cenho em ver os dois ali, pois o ano letivo já havia sido iniciado e Letícia nunca viu aquele homem ou até mesmo aquela criança, e mesmo assim ela foi até eles e sorriu. 

— Bom dia. — o homem a olhou sério. — Esse aqui é o meu filho, Matheus, ele irá começar a escola hoje. 

— Bom dia. — Letícia falou para o homem. — Olá, Matheus! — Sorriu para a criança e se abaixou para ficar na altura dele. — Tudo bem com você? 

— Tô bem. — ele falou envergonhado. 

— Hoje é o seu primeiro dia aqui querido? — perguntou mesmo que o pai dele já tivesse falado. 

O garotinho balança a cabeça concordando e o pai continua. 

— O Matheus estava sendo educado em casa, ele até tinha aulas adequadas para ele, mas devido a alguns problemas eu tive que antecipar a vinda dele para a escola. 

Letícia assentiu para o homem.

— Está tudo bem meu amor, venha vamos entrar. — ela segurou na mão dele e ajudou ele a tirar a mochila e o seu casaco, eles penduram os itens em um dos ganchos que havia na parede que não havia nome, e logo em seguida ela o leva até uma das mesas e deixou ele pintando um desenho e voltou até onde o pai dele estava. — O meu nome é Letícia, e serei a professora do seu filho. — ofereceu a mão, porém o homem não a apertou fazendo apenas um gesto com a cabeça. 

O pai a encarou sério, e não tinha nenhum rastro de simpatia no olhar dele. 

— Tem alguma coisa sobre o Matheus que eu precise saber? Ele tem alguma condição especial? Ou alguma alergia? 

Ela sempre perguntava aquilo pois cada criança tinha um cuidado diferente, e ela tinha um cuidado especial com os seus pequenos, pois ela cuidava como se eles fossem dela. 

— Não, apenas que.... — o homem soltou um suspiro pesado, e pela primeira vez ele havia perdido a sua pose de homem sério. — Recentemente eu e a mãe dele nos separamos, e desde que isso aconteceu,o Matheus ficou um pouco introvertido, e até um pouco rebelde, às vezes ele não quer se alimentar ou até interagir com outras pessoas, ele é um muito tímido e fechado no seu próprio mundo. 

Letícia observou o homem com bastante atenção, o mesmo tinha a aparência séria, mas seus olhos tinham uma aparência bem triste e até mesmo cansados, e a jovem professora assentiu. 

— Bom não se preocupe, o Matheus ficará bem aqui comigo e com as outras crianças. — Ele deu um sorriso e assentiu. 

O homem olha para o seu filho e sai, e nem sequer se despediu, Letícia soltou um suspiro e foi até o menino. 

— Matheus, você gosta de barcos? — perguntou enquanto observava o menino pintando um desenho de barco. 

— O meu pai tem vários barcos, mas eu nunca andei em um. — falou sem tirar os olhos do desenho. — A minha mãe prometeu me levar para andar, mas agora ela foi embora e me deixou, então eu nunca mais vou andar de barco. 

—Querido..... — Letícia começou a falar, mas foi interrompida pela chegada das outras crianças, ela colocou todos nos seus lugares e falou com os pais delas e logo a aula foi iniciada. 

E durante o dia Letícia percebeu que as outras crianças não se aproximavam de Matheus, e ele era um menino bastante retraído então ela decidiu que iria trabalhar aquilo com todos, pois ela não queria que o aluno novo se sinta deslocado ali. 

Ela também observou que o menino não havia comido o lanche que ele levou, e ao invés de sair ele ficou na sala pintando desenhos. Já ao final do dia, as crianças foram indo embora uma por uma, sobrando somente o Matheus ali com ela. 

Letícia olhou para o relógio no pulso esquerdo e viu que já se passavam das quatro, e a aula terminava às duas e meia, e o pai do garoto estava bem atrasado. 

Será que ele havia esquecido do filho? 

Aquilo seria inadmissível, sentiu uma raiva subir pelo seu corpo, mas se conteve. 

— Querido, você sabe onde fica a sua casa? — perguntou enquanto observava a criança desenhando. 

Ele balança a cabeça em sinal de negação. 

— Está tudo bem, vamos na secretaria para descobrir o seu endereço.   

Letícia ajudou o garoto a pegar as suas coisas, e juntos eles foram até a secretaria, lá explicou a situação para a mulher que cuidava das informações dos alunos, e logo anotou o endereço e o telefone do pai de Matheus,ligou várias vezes mas ninguém atendeu. 

A mesma sempre se considerou uma pessoa calma, mas diante daquela situação ela estava revoltada, com o pai daquele garotinho, e para piorar logo no primeiro dia de aula. 

— Bom querido, eu irei te levar até a sua casa tudo bem? 

O menino assentiu e logo os dois de mãos dadas entraram no carro de Letícia, a mesma tinha um fusquinha rosa, mas muito bem conservado, Letícia lavava ele todo fim de semana, e sempre levava ele para fazer revisões constantes. 

Eles entraram no carro e Letícia colocou o endereço no GPS do celular, e então seguiram em direção a casa de Matheus. Letícia percebeu que eles estavam em um bairro de classe alta,ela parou em frente a uma casa imensa, uma mansão enorme, com muros altos, a grama bem aparadas e lindos jardins. 

Letícia buzinou e um homem vestido de terno veio até a janela do motorista e ela abaixou a janela. 

— Oi, o meu nome é Letícia,eu sou a professora do Matheus, vim deixar ele em casa. 

O homem olha para ela e para o menino,e então libera a entrada e dirige até aquela casa enorme. 

— Prontinho querido, você está em casa. 

Ela dá um sorriso e o menino a encara sério. 

— Obrigada tia, e me desculpa. — Ele se virou para sair, mas Letícia o deteve, e pegou no bracinho dele com delicadeza. 

— Não se desculpe meu amor, não foi trabalho algum. — Falou e deu um beijo na bochecha dele. — Agora vai lá que vou esperar você entrar 

O menino obedeceu e correu até a porta, que logo é aberta por um homem alto com cabelos grisalhos que parecia um mordomo, ele sorri para o garoto e deixa ele entrar, o homem olha para o carro e Letícia sai sem esperar o homem falar. 

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