O ar parecia mais pesado do que nunca na cobertura de Clara naquela noite. As provas deixadas por Laura e Gabriel estavam espalhadas pela mesa de vidro, cada documento uma facada em sua confiança em Marcelo. O silêncio do apartamento era interrompido apenas pelo som de seus dedos tamborilando no mármore da bancada enquanto ela processava as revelações.
— Marcelo... — murmurou ela, com a voz baixa, quase inaudível.
Por anos, Clara acreditou que estava no controle. Mas agora, pela primeira vez, uma dúvida insidiosa rastejava por sua mente. E se ela fosse apenas uma peça no tabuleiro de Marcelo?
O telefone dela vibrou sobre a mesa, e o nome de Marcelo piscou na tela. Ela hesitou antes de atender, respirando fundo para manter a compostura.
— Marcelo.
— Clara, estava pensando em você. — A voz dele era calorosa, como sempre, mas agora soava quase ensurdecedora em sua falsidade. — Como está lidando com os desafios recentes?
Ela apertou a mandíbula, escondendo o tremor na voz.
— Estou lidando