A noite foi quase inteira em claro. O sono vinha em lapsos curtos, interrompido por lembranças que insistiam em emergir com força. Lara se revirava na cama, e Caio, mesmo deitado ao lado, sabia que ela estava longe dali. Seu corpo estava presente, mas a mente vagava por corredores antigos, escuros, pelos quais ele não conseguia segui-la sem permissão.
Era sexta-feira. Lana dormia no quarto que um dia fora de Lara, o quarto de hóspedes no loft. Lara agora dividia o espaço com Caio, e, como não precisava trabalhar no sábado nem no domingo, poderia dar à irmã toda a atenção que ela precisava — e merecia.O café da manhã se resumiu a silêncios cúmplices e olhares atentos. Lana ainda dormia, e Caio preferiu deixar tudo pronto para quando ela acordasse: frutas cortadas, pão fresco, chá quente e os remédios que a médica havia recomendado.Lara estava sentada no sofá, os joelhos dobrados sob o queixo. O cabelo solto caía sobre os ombros, e os olhos pareciam