Nina
O barulho dos talheres ecoa pelo restaurante sofisticado, misturando-se ao burburinho das conversas discretas ao redor. Mas nada disso importa tanto quanto o homem à minha frente.
Angel Santiago.
Seu olhar afiado me estuda como se tentasse decifrar cada expressão minha. Eu tento não transparecer, mas estou tensa. Sei que ele percebe.
— Gostou do lugar? — sua voz grave me traz de volta ao momento.
— Sim, é muito bonito.
Ele desliza os dedos suavemente pelo meu braço. Meu corpo reage antes da minha mente. Me arrepio e odeio como ele nota isso. O sorriso satisfeito que surge em seus lábios me deixa inquieta.
— Está tímida hoje? — ele provoca.
Engulo em seco. Não sei se gosto do jogo que ele parece estar jogando. Ou talvez goste mais do que deveria.
O garçom se aproxima, e Angel mantém a expressão serena, como se nada tivesse acontecido.
— Pode trazer uma cerveja bem gelada para mim e uma Coca-Cola com bastante limão e pouco gelo para ela. — Ele nem me pergunta o que quero, mas, ace