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Capítulo 01 - Cassandra (Parte 3)

— Sabe que se fosse possível me casava com você para que parassem de te encher o saco, mas não posso. — Ele diz sério, me olhando com seus olhos preocupados.

— Jamais permitiria tal coisa... Eu sei Aaron, sinto em meu âmago, que meu parceiro existe, ele está em algum lugar desse mundo, só não o encontrei ainda.

— Eu não...

— Você não acredita nessa possibilidade, te entendo, não existe nenhum casal que seja destinado em nossa matilha para provar que isso é real... mas eu sinto! Juro que sinto!

— Acredito em você!

— Mesmo?

— Claro lobinha e acho que temos pouco tempo para encontrá-lo, antes que seu pai te force ao matrimônio com o Andrei.

Bufo e olho para a lua, inconformada em como o destino pode ser tão ordinário dessa forma. Meus pais puniram a xamã de nossa aldeia por ter me contado histórias antigas, sobre os destinados e como eram raros os que conseguiam de encontrar nesse mundo enorme. Que em Lunaris não havia histórico de nenhum até o presente momento e foi nessa hora, que eu decidi que seria a primeira a encontrá-lo, para deixar às gerações seguintes confiantes de que sim, era possível ser verdadeiramente completa no mundo.

Mas não sabia por onde começar a procurar. 

— Precisamos conversar sobre a matilha Black. — Aaron começa e sinto um comichão me atingir na mesma hora.

Cresci sendo ensinada sobre como os Black eram e ouvi histórias que tudo começou quando um alfa antepassado se apaixonou por uma alfa Redbloom. O que ele não esperava, era que ela já era apaixonada por um lobo que cresceu com ela, foram amigos próximos, cúmplice e companheiro. Quando chegou o momento de ela ascender como líder, não houve qualquer relutância sobre casarem-se, já que o sentimento entre os dois afloraram com o tempo e somente a hipótese de não ficarem juntos era desoladora. O Alfa Black não aceitou a recusa, declarou guerra aos Redbloom alegando que se ela não fosse dele, não seria de ninguém mais e aniquilaria nossa matilha de uma vez por todas.

Obviamente ele não conseguiu esse intento, a briga foi feia e com muitas baixas, mas as matilhas persistiram bravamente e houve o recuo dos Black. Mas o Alfa fez da vingança sua nova razão de viver, e tomou para si a missão de fazer todos seus descendentes odiarem a matilha Redbloom.

Meus antepassados também não fizeram por menos, a Alfa jurou vingança a todos que foram mortos por causa de um sentimento obsessivo e desde então, nos odiamos com o sangue quente fervendo em nossas veias.

— Ouvi dizer que Amber também será nomeada a nova líder da matilha em poucos meses, mas, ela não foi obrigada a casar como você.

— Jurava que eles eram mais antiquados do que nós.

— Talvez eles ainda não saibam que seu pai encontrou um pretendente para você... não me surpreenderia se logo Amber fosse obrigada a casar também.

Solto um resmungo baixo.

— Acha que ela se submeteria a isso?

— Não sei.

O pouco que conheço sobre Amber, é que ela não abaixaria a cabeça facilmente para qualquer desígnio do conselho da matilha e devo admitir, essa atitude de não se deixar levar por decisões de outras pessoas, me faz querer ser alguém que não se rende fácil. Desde sempre ouço sobre os passos que ela dá, sobre os estudos que ela fez e o único fato de não a conhecer, de meus pais ficarem nos comparando, me faz odiá-la.

 A voz do meu pai volta com tudo para meus ouvidos.

“Amber está pronta para liderar, pronta para nos atacar, enquanto você fica desdenhando de tudo o que aconteceu no passado da nossa matilha. Você tem que ser melhor do que ela, tem que ser superior a todos em Lunaris, tem que ser uma líder nata”

“As vezes me pergunto por que a deusa lua me deu essa missão ingrata de criar uma alfa, que quer ser inferior aos seus inimigos”

“Entenda de uma vez por todas Cassandra, esteja um passo à frente dos seus inimigos ou eles passaram por cima de você.”

Não aguentava mais ser imposta aos desejos da matilha, eu seria uma líder poderosa e todos me temeriam, não pelo histórico familiar, mas por minha honra e lealdade. Começaria com uma reunião com a nova alfa da matilha Black. Sei que isso não será fácil tampouco rápido, conseguir agendar qualquer coisa que seja entre nossas matilhas é terrivelmente perigoso. Talvez o jeito seria entrar em contato com ela por meio eletrônico, mas usando um nome distinto, pelo menos, até Aaron descobrir se nossos e-mails seriam supervisionados.

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