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Capítulo 5: Sussurros do Desejo Ardente

Naquela mesma noite, quando Alaric estava deitado na cama ao lado de sua esposa, Isadora, que aquelas lembranças do homem retornaram.

Alaric se revirou na cama a noite inteira, sempre quando fechava os olhos com mais força para tentar dormir, era quando sentia mais forte a presença do homem. Alaric via claramente a silhueta dele o observando, com seus olhos vermelhos vibrantes, e o cabelo preto, que caia ondulado até o pescoço, seu maxilar quadrado com a barba feita, e a pele pálida e etérea, seu corpo com os músculos fortes e definidos ficavam em evidência. Ele vinha nu, e começava a despir Alaric junto de beijos longos e intensos, sempre com uma leve mordida no final, para que a criatura saboreasse o seu sangue, sua língua áspera passeava até os mamilos, os deixando duros, passando pelo abdômen até chegar ao membro ereto.

Alaric deixava seu corpo rígido para não ceder ao desejo e tentação daquele sorriso charmoso e obscuro, mas nunca conseguia, seu corpo amolecido e então o homem o pegava no colo e saia andando com ele até o cemitério da família Montenegro, atrás da Mansão. Eles se deitavam em cima de um sepulcro coberto por musgo e líquens.

Alaric encarava com frenesi febril, enquanto soltava gemidos abafados de prazer.

— Meu pequeno príncipe nunca se cansa. — O homem soltava um riso suave e entretido. Então apertou sua mão sobre o pescoço de Alaric. — Sempre pedindo por mais. — Ele sussurrava com seus lábios vermelhos, e sua voz sensual que sempre despertava em Alaric seus desejos mais profundos e reprimidos.

Quando ele estava junto do homem noturno era como se não existisse mais nada ao seu redor. Alaric não se importava onde ou em que posição estava desde que o homem estivesse com ele para o libertar da prisão moral que havia sido preso. O homem o arrebatou ao estado de liberdade que tanto ansiava, longe de suas obrigações com sua família e seu lugar na aristocracia.

A brisa gélida da noite não era nada comparada ao toque do homem noturno sobre seu corpo fervendo como uma fogueira em brasa. A noite com sua escuridão intensa que nem ao menos as estrelas ousaram sair e se escondiam entre as nuvens cinzentas. Alaric sentia o cheiro de terra úmida pelo orvalho no cemitério antigo, além do incomum aroma de cera de velas queimando toda vez que se encontrava com o homem.

O homem noturno o colocava sentado sobre seu membro ereto e o penetrava com força, arrancando gritos de prazer, que Alaric, que lutava para se conter, mas não conseguia evitar. Seu rosto corado divertia o homem, que curvava seus lábios carnudos em um sorriso de prazer e divertimento. Ele puxava os cabelos de Alaric, e arranhava suas costas com suas unhas que pareciam garras afiadas e o mordia seu pescoço, bebia o sangue que escorria pelos ferimentos. Para o homem noturno a dor e o prazer de Alaric não eram apenas por puro divertimento, era como se precisasse daquilo para se manter vivo. Quanto mais reprimidos fossem os desejos de Alaric, mais prazeroso era para o homem. E os dois ficaram no cemitério tendo suas relações até a estrela da manhã aparecer gloriosa no céu.

Quando por fim Alaric caiu exausto e fechou os olhos por breves minutos, a presença do homem o deixou, e toda sua vergonha do que fez durante a noite o esmagava como uma rocha. Lágrimas quentes desciam pelo rosto de Alaric e seu corpo tremia com a brisa da madrugada. Ele se sentia impuro e indigno, se perguntava se outros homens da sua família tiveram as mesmas experiências até o dia suas mortes e por fim encontraram a libertação de seus desejos carnais, ou se suas almas foram condenadas a vagar no Abismo por seus atos em vida.

Alaric então pensou no que Isadora havia dito no dia anterior sobre Bellamina. Do sonho que Bellamina teve com uma mulher a atormentando com marcas sobre seu corpo e então olhou para o seu próprio, todo arranhado e mordido, sujo de terra e líquens do túmulo. Suor escorria por suas têmporas e seu cabelo estava úmido devido ao orvalho que cai suavemente durante a madrugada, como se fossem lágrimas dos céus.

Ele se levantou e caminhou de volta a sua propriedade, passando pelos túmulos e mausoléus de seus antepassados, dos quais a única coisa que sabia era que compartilhavam o mesmo sobrenome. — Quem sabe a mesma vergonha ou desejos reprimidos? — Ele pensou com ironia, sem ter certeza de que seus parentes mortos sequer sofreram dessa culpa que o esmagava após o ato.

Alaric entrou na varanda, onde tomou café da manhã com sua família no dia anterior, e abriu a porta de vidro sem emitir qualquer som, e caminhou com passos mudos até a escadaria imponente do hall de entrada. Ele subia cada degrau de forma mais lenta, como o peso da culpa o esmagasse cada vez mais, as lágrimas ainda escorriam para o seu rosto, e ele não conseguia entender por que não era capaz de resistir aos avanços incessantes do homem noturno, que atormenta suas noites desde sua juventude, nem ao menos nos seus momentos íntimos com Isadora o homem o deixava, ele ficava nas sombras do quarto, com seus olhos vermelhos vibrantes, o observando, o julgando e murmurando “Você é uma farsa. Está apenas enganando sua mulher. Diga pra ela que não é isso que você quer”, ele ria e zombava de Alaric, então começava a passar suas mãos regidas sobre seu corpo definido. “Diga à ela que é isso que você anseia todas as noites.”, o homem murmurava, atormentando cada vez mais Alaric.

Ao terminar de subir as escadas foi até um corredor do lado esquerdo, para a ala dos hóspedes. Alaric sempre preferiu que usar essa área para se banhar e se trocar após os encontros com o homem, para evitar que Isadora descobrisse. — Descobrisse que eu sou uma farsa… — Ele murmurou enquanto abriu uma das várias portas de ébano, e entrou em um banheiro simples, com poucos detalhes além dos mármore branco, do chuveiro de prata, a pia e banheira também do mesmo material do piso, e um cabide na parede com uma toalha azul escura e um roupão da mesma cor. Havia um espelho oval com moldura de prata sobre e pia.

Alaric acendeu a luz do lustre de cristal e ligou o chuveiro na água morna, permitindo que todas as suas impurezas fossem removidas pela água, enquanto se esfregava com o sabonete de limão e alecrim, ele se sentia exorcizado, como se aquele homem não o pudesse alcançar seu corpo e alma enquanto o água o purificava por completo.

O vapor dominava o ambiente quando Alaric desligou o chuveiro, pegou a toalha e começou a se secar, por fim vestiu o roupão e deixou o local com a porta semi aberta, para que assim o vapor saísse.

Em uma das janelas estreitas com vitrais, Alaric percebeu que a manhã começava a se formar lentamente, a tonalidade púrpura abria espaço para o laranja suave. Quando Alaric chegou por fim ao seu quarto, que estava com a porta semi aberta, Isadora dormia tranquilamente embaixo de um lençol leve azul claro, com sua camisola lilás e seus cabelos negros espalhados pelo travesseiro de plumas. Ele fitava a esposa e sua tranquilidade ao dormir. — Será que algum dia encontrarei essa calmaria e serenidade? — Ele pensou, enquanto imaginava se Isadora ao menos desconfiava da presença daquele homem, ou das vezes que Alaric saia para ter relações com a criatura noturna, mas ele sempre tentava evitar de fazer tais perguntas, ele imaginava que se pelo menos ela desconfiasse ele estaria pelo menos um pouco próximo da paz que tanto almeja alcançar.

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