Os dias passaram de forma monótona por duas semanas, e ela estava bastante satisfeita com Raul, que praticamente não tinha presença.
Durante o dia, enquanto ela ficava dentro de casa, ele permanecia no jardim, sem sequer entrar na sala de estar, muito menos no quarto principal.
Somente quando ela ia dormir à noite é que ele voltava para seu quarto, e pela manhã, quando Patrícia acordava, ele já estava fazendo exercícios no jardim.
Se ela quisesse sair, chamava-o, e ele empurrava sua cadeira de rodas, às vezes para fazer compras no supermercado, outras vezes para passear pela comunidade.
Ele falava o mínimo necessário, e muitas vezes era fácil esquecer que ele estava lá.
Até que um dia, ele bateu de leve na porta de vidro da sala.
Patrícia abriu a porta, olhando para ele com uma expressão serena:
— O que foi?
A face apática do homem mostrou um vislumbre de constrangimento:
— Srta. Patrícia, eu encontrei um gatinho lá fora e ele parece muito triste. Devemos levá-lo para casa?
Patrí