Patrícia, com uma expressão calma, perguntou:
— Você está precisando muito de dinheiro? Ainda tem alguém na sua família?
Raul passou a mão na nuca:
— Sim, na minha terra natal ainda tenho minha mãe e algumas vacas.
— Não é casado?
— Quem trabalha no nosso ramo tem tempo para namorar? Se eu casasse, teria que deixar a esposa em casa sozinha, melhor não atrapalhar a vida de ninguém.
Patrícia continuou:
— Onde você trabalhou antes?
— Minha vida sempre foi dura. Quando era pequeno, minha família era pobre, depois me tornei soldado. Quando deixei o exército, trabalhei em diversos lugares, como cassinos, clubes noturnos, segurança particular, fazendo cobranças para terceiros. Já fiz qualquer trabalho que pagasse.
— Quem era seu último empregador?
Patrícia já não era mais a mulher jovial, amável e extrovertida de antes. Ela estava com uma expressão calma, sentada com uma expressão fria, mas exalando uma aura que intimidava os outros.
Ela havia amadurecido bastante e não confiava mais facilmen