No auge da urgência, ela enfiou um pedaço de sobremesa na boca de Jorge, que por pouco não se engasgou.
— Está gostoso?
— Sim, está gostoso. — Respondeu Jorge, querendo falar não sobre a sobremesa, mas sobre os eventos do dia.
Patrícia continuou:
— Você disse da última vez que a sobremesa que eu fiz tinha um sabor familiar. Você já comeu algo parecido antes?
Jorge refletiu:
— As sobremesas de hoje são feitas ao gosto dos jovens, geralmente muito doces e pegajosas. Em nossa época era diferente, esse é um sabor de muito tempo atrás.
— Foi uma senhora idosa que me ensinou a fazer. Ela contou que onde morava, havia uma árvore de tâmaras. Todo outono, quando as tâmaras amadureciam, elas eram transformadas em doces de tâmara.
— Naquela época, a vida era dura. As crianças não tinham muitos doces para comer. Cada família dependia das árvores frutíferas para ter algo para comer, e mesmo relutantes, tinham que vender os frutos na rua para sobreviver.
— Aliás, Vovô Jorge, você já foi à Cidade H?