Se Juan não tivesse ouvido tudo do lado de fora, por quanto tempo Alana ainda seria alvo das provocações de Elisa? Ou, indo mais além, por quanto tempo ele próprio seria mantido no escuro?
Só de pensar nisso, Juan sentiu um aperto no peito. Afinal, Elisa crescera junto dele, chamando-o de “irmão” por tantos anos. Ele sempre teve carinho por ela, tratando-a como uma irmã de verdade e mimando-a como tal.
Mas, em algum momento, aquele sentimento havia mudado. Ou talvez, não fosse ele o único a mudar.
Juan franziu o cenho, e sua expressão tornou-se ainda mais carregada. Elisa, percebendo isso pelo canto do olho, ficou ainda mais apavorada.
Ela tentou instintivamente segurar a roupa de Alana, mas Alana foi rápida e desviou.
Sem hesitar, Alana olhou para Elisa, que parecia um completo palhaço:
— O que foi? Só agora você percebeu que deveria ter medo?
Elisa balançou a cabeça enquanto lágrimas escorriam por seu rosto:
— Não, cunhada, por favor, não guarde rancor do que eu disse antes, está bem