Capítulo 8
Nos três dias subsequentes, obedeci meticulosamente às instruções culinárias que Edson havia deixado refrigeradas, consumindo as refeições pré-preparadas. Os alimentos eram sem graça nenhuma.

A ausência de Edson me consumia em agonia, mas nem ideia do que ele estava aprontando.

Meu celular permanecia imune a qualquer sinal de comunicação. Na realidade, restavam apenas contato familiar, aquele número memorizado por repetição compulsória, que eu agora repelia com um gesto mecânico de rejeição.

Até considerava empreender buscas, inclusive registrar seu desaparecimento nas autoridades, mas como depositar fé na polícia se sequer os criminosos de meu sequestro foram localizados?

Nesse turbilhão existencial, vaguei pelas ruas até ser abruptamente arrebatada para o interior de um veículo. Ao recobrar a consciência, me encontrava novamente no quarto familiar da mansão da família Garcia.

O ambiente estava sinistro. O clarão lunar se infiltrava pela janela, revelando apenas uma silhueta vigilante
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