Eles tavam com meus filhos, brincando como se o tempo perdido pudesse ser recuperado em poucas horas. Era estranho ver a alegria inocente das crianças correndo pros abraços dos avós sem perceber a tensão que pairava entre os adultos. Enquanto olhava, um aperto crescia no peito. Algo não tava certo, e eu sabia que era só o começo.
“Nick, podemos conversar em particular?”, perguntou minha mãe com tom sério, quase gelado.
Assenti sentindo o estômago pesar. Não era comum ela ser tão direta assim, mas o olhar dela e do meu pai deixava claro que não ia ser papo qualquer.
Fomos pra outra sala. Meu pai fechou a porta com um clique firme. Olhar decidido, brilho de teimosia que só reconheci depois.
“Nick”, começou minha mãe quebrando o silêncio, “a gente precisa falar das crianças.”
“Das crianças?”, perguntei franzindo a testa.
“Sim”, respondeu meu pai, voz baixa mas cheia de intenção. “Achamos que seria melhor elas irem morar com a gente em Miami.”
A confusão bateu na hora. Pisquei tentando ab