A segurança começou a circular pelo salão com uma calma que enganava. Passos firmes, rádio chiando baixo, olhares que não deixavam nada passar. Dois homens de terno preto pediam licença e revistavam bolsas e bolsos dos convidados mais próximos das saídas. Ninguém ousava reclamar alto, mas dava pra sentir o nervosismo crescendo como fumaça. Taças pararam no meio do caminho até a boca. Risadas morreram na garganta.
Eu fiquei sentada, pernas cruzadas, mãos no colo, tentando parecer a pessoa mais tranquila do planeta. Por dentro meu coração batia tão forte que eu tinha certeza que alguém ia ouvir. O colar estava na bolsa da Scarlett. Ela nem sonhava.
Scarlett virou pra mim com aquele sorriso meio tenso que a gente dá quando tenta fingir que tá tudo normal.
“Que loucura, né? Tomara que achem logo e a festa volte ao normal.”
“É, tomara mesmo”, respondi com voz doce, dando um gole na taça de champanhe só pra ter o que fazer com a mão que tremia.
Nick já estava de pé, falando baixo com um dos