Liana agradeceu ao funcionário do hotel e voltou para o jardim. "Vamos fazer uma pausa?" perguntou, vendo a amiga cansada de passar a manhã ali.

As damas de honra aceitaram prontamente e seguiram para o interior do hotel. Lily enganchou o braço junto o da amiga e a ajudou com o vestido.

"Você viu o Franz? Ele me mandou uma mensagem estranha sobre despedida de solteiro."

A economista franziu o cenho e balançou a cabeça em negativa.

"Passei pelo hall do hotel, acho que a família dele chegou. E se os primos solteiros estão aí, ele foi sequestrado" disse.

Julie suspirou e concordou. Confiava no noivo cegamente, eles estavam juntos há dois anos e meio, e passaram muito tempo mantendo o relacionamento à distância, então não seria agora que ele iria cometer um erro, no dia especial deles.

"Ok, então vamos tomar algumas margueritas e aproveitar o spa."

Elas sorriram e tomaram os elevadores para trocar de roupa. A lavanderia iria buscar para deixar tudo pronto para o dia seguinte.

"Mimosas para mim, mojitos para você" Liana disse.

Escolheram roupas de banho, e foram encontrar as outras na área de spa do hotel. Chegando lá, além das damas de honra, a mãe da noiva e a sogra, mais três mulheres as aguardavam.

Liana escapou da sessão de fotos mais cedo para organizar a surpresa, e no spa estavam massagistas, drinks, hidromassagem e decoração para noiva.

"Surpresa" anunciou. Um dos funcionários trouxe uma faixa e uma tiara que indicavam que Julie era a noiva. Todas as mulheres bateram palmas, a deixando super feliz.

"Eu amei. Obrigada, Lily, você é incrível" ela abraçou a melhor amiga.

Todas receberam roupões brancos e puderam escolher suas bebidas no pequeno bar montado ali exclusivamente para elas.

A Sra. William estava com uma taça de mimosa e um grande sorriso.

"Querida, me deixe apresentar. Essa é minha mãe, Joanne Jennings" indicou a mais velha que bebia um coquetel de frutas sem álcool. "Essa é Carolyn Jennings, é esposa do meu sobrinho. E aqui Vanessa William, esposa do irmão do Joseph."

Apresentou todas e Vanessa, com certeza, era a mais animada. Megan, a prima de Julie, era uma ruiva risonha que bebia mais do que um carro antigo, ela e Vanessa se engajaram em uma fileira de shots de tequila.

Carolyn, Joanne e Lily aproveitaram a hidromassagem. Enquanto Claire, Suane e Julie se revezavam entre beber e dançar, Vanessa até ensinou alguns passos de dança latina, e ela era muito boa em mover las caderas, como ela chamou.

Passaram a tarde por ali. Fizeram massagens, limpeza de pele, relaxaram e se divertiram juntas. Conversaram e deram muita risada.

Todas se deram muito bem e isso fez Julie se sentir mais segura com a família do noivo.

[...]

Franz fez as fotos com o fotógrafo pouco antes do almoço, posou junto com os padrinhos e os outros homens da família.

Saindo dali, Sean e Diego praticamente o sequestraram. O pequeno Tommy foi deixado com uma babá confiável para que Carolyn e Aaron pudessem aproveitar.

E enquanto elas se divertiram com uma noite de pizza e vinho no hotel, os garotos foi passear pela cidade em um ônibus-boate que Diego alugou.

Bebidas, música e poderiam relaxar. Joseph que sempre parecia contido e mais sério até mesmo sorriu e degustou do momento leve, Karl que amava a energia da esposa e do filho facilmente se juntou a festa, enquanto Aaron revivia os bons momentos da época solteiro.

Cantaram praticamente gritando num karaokê terrível, beberam muito e deram risadas. Para tranquilidade de Franz, ninguém inventou nada com stripers ou Julie o mataria.

Franz nunca foi de aprontar muito, apesar de sair com os primos, gostava de ir a boates, ouvir música e se divertir, ele e Sean sempre foram mais contidos que Diego, um caçador nato... Ou mulherengo, como alguns podiam chamar.

"Cara, você tem que me ajudar. Como é que você se casa, sua noiva traz mulheres lindas como damas de honra e você, meu primo, meu melhor amigo, não me ajuda com nenhuma" Diego disse em seu tom um pouco bêbado.

Sean riu e revirou os olhos. Diego já estava abraçado a Franz, conversando enquanto a música estava num volume um pouco menor.

"Diego, ele está casando agora. Por que ele iria empurrar as amigas da esposa para um malandro como você? Não arranje problemas tão cedo." Sean disse.

Franz sorriu de lado e concordou com o primo.

"Julie tem apenas três damas de honra: Lily, Megan e Claire. E Claire é minha irmã, o que a torna sua prima, então só resta Lily, que não quer nada com você, e a Megan."

Diego olhou para o amigo curioso.

"Qual é qual? A Megan é a ruiva ou a morena?" perguntou.

"A ruiva, é prima da Julie. Talvez vocês sejam almas gêmeas, ela é caótica como você" contou sorrindo sarcástico.

Pelo que lembrava das vezes que saíram juntos, a moça realmente era um furacão. Bebia, dançava, flertava e só saía carregada de uma festa.

"Uh, seria alguém que faria o Diego provar do próprio veneno" Sean riu.

O citado fez uma careta e os primos gargalharam. Aaron sentou com eles com um copo de mojito, e então trataram de conversar.

"Está por onde, Diego? Nunca mais te vi" disse.

"Estou assumindo os hotéis, passei a última temporada viajando para lá e para cá. Meu pai pediu para acompanhar a auditoria interna, preciso de pelo menos um mês de férias" explicou com um suspiro. Ele bebeu do seu whiskey e virou para Sean. "Você bem que podia me liberar umas duas ou três semanas, chefinho".

Sean riu como se ele tivesse contado uma boa piada e balançou a cabeça em negativa.

"De jeito nenhum. Você assumir os hotéis significa férias uma vez por ano e só, não é mais herdeiro. Bem-vindo à vida de trabalhador" zombou.

Diego costumava administrar algumas boates, mas vivia de forma descansada, terceirizava boa parte da burocracia. Só que Karl decidiu se aposentar a pedido da esposa, e com seu filho adulto, era uma boa chance de lhe passar o cargo.

O Grupo Thronike estava na família há gerações. Joseph e Karl William eram filhos de Diana, que herdou os negócios do pai, o falecido Valter Thronike, fundador das empresas.

Aaron era diretor financeiro do grupo, trabalhava na sede. Uma posição que conquistou com esforço, começou como estagiário e lutou bastante para crescer ali dentro.

Já Franz seguiu um caminho diferente com a gastronomia. Ele não se envolvia diretamente na administração dos hotéis, porém tinha restaurantes dentro de alguns deles.

Sean tinha assumido o posto do pai de presidente do grupo, estava na posição desde que Valentin Hauss faleceu, o filho mais velho de Diana Thronike.

"Cara, precisamos arranjar alguém para o Sean, ele só pensa em trabalho" Diego dramatizou.

Aaron e Franz riram. Sim, o primo costumava passar muitas horas afundado em papéis, reuniões e resolvendo problemas.

"Não é assim também" tentou se defender.

"Ah, e é como? Sean, eu nunca te vi com mulher nenhuma. Saímos sempre, várias se jogam aos seus pés, todas querem um pedaço do presidente do Grupo Thronike, mas você está sempre só. E quando bebe demais chora como um menino carente" Diego falou direto.

Isso fez Sean suspirar. Aaron e Franz se calaram como se o clima tivesse pesado.

Joseph e Karl conversavam distante o bastante para não perceber dentro do ônibus escuro, iluminado apenas pelos canhões coloridos de boate.

"É complicado. Meu pai e minha mãe morreram há poucos anos, deixei escapar a mulher da minha vida, tive que assumir as empresas... Não estou pronto para um relacionamento agora, foi tudo muito rápido" confessou.

Franz apertou o ombro do primo solidário, sabia que Sean disfarçava a dor do luto e como ele se transformou em outra pessoa em tão pouco tempo.

Eles não sabiam sobre nenhuma ex-namorada de Sean, então reagiram com surpresa.

"A mulher da sua vida?" Aaron perguntou.

E um sorriso nostálgico, carregado de tristeza de abriu na face do jovem Hauss.

"Sim, a única mulher que já amei".