Mundo de ficçãoIniciar sessãoLucas Park
Meu celular tocava incessantemente no bolso, uma sinfonia irritante e inútil que eu não conseguia sequer atender. Como poderia, com as mãos tremendo e os olhos colados na estrada? Mesmo não sendo eu quem dirigia, cada reflexo, cada farol, cada buzina me perfurava como navalha; eu não conseguia desviar o olhar dos carros, das curvas, das pessoas saltando das calçadas para não serem atropeladas pela nossa pressa.
Quando estávamos a quatro quadras, a fumaça já se erguia como um funil negro contra o céu noturno; parecia que uma floresta inteira estivesse queimando ali, e a visão ampliava-se a cada passo, tornando tudo maior, mais cruel. O ar ficou pesado, denso, como se eu respirasse chumbo, e o cheiro de plástico e madeira queimada invadiu minhas narinas com uma violência que me fez engasgar.
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