No outro dia, o celular tocou no criado-mudo, quebrando o silêncio pesado do quarto. O relógio marcava dez horas da manhã de sábado. Ainda sonolenta, Olívia esticou o braço, pegou o telefone e atendeu.
— Em uma hora o motorista vai buscá-la. — a voz grave de Liam soou do outro lado, fria, sem cumprimentos.
Antes que pudesse responder, a ligação foi encerrada. Ela ficou olhando para a tela apagada, atônita.
— Você é insuportável… — murmurou para si mesma, largando o aparelho no colchão.
Respirou fundo, levantou-se, tomou um banho e depois começou a se arrumar. Enquanto escovava o cabelo, o reflexo no espelho mostrava uma mulher que parecia mais velha do que uma semana atrás. O cansaço dos enjoos, a ansiedade, o segredo e agora aquele homem impondo horários. Passou um batom discreto, vestiu um conjunto leve e desceu.
Na sala de jantar, o cheiro de café recém-passado e bolo fresco se misturava ao aconchego do lar. Fabrício a cumprimentou com um sorriso caloroso.
— Bom dia, minha Pérola.