Por volta das dez da manhã, a mansão permanecia silenciosa, iluminada pela luz suave do dia. No quarto de Olívia, as cortinas filtravam a claridade, deixando apenas alguns feixes atravessarem o ambiente. Ela estava sentada no meio da cama, abraçando os joelhos contra o peito, o rosto escondido entre os braços, os ombros tremendo a cada soluço contido. Chorava em silêncio, como quem tentava desabar sem fazer ruído.
A porta se abriu de repente.
Entrou uma jovem empregada, com os fones de ouvido no volume máximo, cantarolando uma música animada. Carregava toalhas nos braços e foi direto para o banheiro, sem notar a presença de ninguém. Voltou ainda cantarolando e caminhou até a janela para abrir as cortinas, mas ao se virar, seus olhos se cruzaram com os de Olívia.
A empregada congelou.
— Senhora! — exclamou, levando a mão ao coração, assustada. Tirou os fones apressada, o rosto tomado pelo desespero. — Meu Deus, eu não sabia que a senhora estava aqui! Juro que achei que esse era o quart