A sala estava carregada, o ar denso como se não houvesse espaço para mais nada além de gritos. O relógio na parede marcava as horas sem pressa, indiferente ao caos. Meredith estava de pé perto do sofá, os cabelos caídos sobre os ombros, o rosto manchado de lágrimas. Felipe, ao lado da mesa de centro, respirava pesado, o maxilar travado, as veias do pescoço salientes.
— Você tem outra, não tem? — a voz de Meredith saiu trêmula, mas afiada. — Confessa! Vai continuar mentindo? A sua secretária é sua amante, não é?
Felipe passou a mão pelo cabelo, os olhos faiscando de irritação, a respiração mais curta.
— Estou de saco cheio disso, Meredith. — disse, a voz baixa e cortante. — Você perdeu a noção, está maluca!
— Não me chame de maluca! — gritou ela, o som quebrando como vidro estourando. — Eu não estou doida. Você está me trocando, eu sei! Eu sinto. Você mudou comigo. Deixou o Liam de lado!
Felipe fechou os olhos por um instante, os ombros tensos. Quando falou de novo, a voz veio carrega