Respira, inspira e não pira. Frase de efeito que ficava estampada na parede do consultório onde eu fazia terapia vez ou outra.
É, eu não deveria pirar, apesar de achar que estava à beira de fazer isso.
Passei minha mão úmida de suor no tecido da calça e inalei o ar mais uma vez, aguardando que alguém abrisse aquela maldita porta.
Quando pensei em levar meu dedo até a campainha mais uma vez, escutei o típico barulho de chave girando no miolo e então Lucile apareceu em meu campo de visão assim que a madeira pesada foi arrastada para o lado em seus trilhos silenciosos.
A mulher com cabelos tingidos em um tom de ruivo me encarou com certo espanto por alguns segundos, mas então se recompôs, ajeitando sua postura impecável e levantando o queixo como se estivesse pronta para uma guerra.
Uma batalha árdua entre eu e ela.
— Senhora Foster, eu…
— Você demorou! — interrompeu, nem tão rude quanto esperava.
Sua fala me mostrou apenas uma coisa.
Ela sabia que eu iria. Na verdade, ela estava à m