Mamãe estava abatida, lógico.
Seus olhos vermelhos e inchados demonstravam que a conversa com Paul tinha sido pesada, e que a revelação de tudo o que aconteceu no passado e resultou no que havia acontecido no presente, foi ainda mais difícil.
No lugar dela eu não estaria aguentando o baque, para ser sincera. Não mesmo.
Uma traição dolorosa de tamanha proporção não ia me deixar ficar em pé e com a postura intacta como a dela.
Apesar do visível abalo emocional, ela ainda era Marisa Legard, uma rainha aos meus olhos.
Entrei no quarto grande onde ela havia se acomodado e fechei a porta nos trancando ali.
Pensei em um milhão de frases para dizer, e no fim nenhuma parecia ser certa ou favorável para o momento.
— Sabe, passando por tudo isso agora, eu percebo como guardar segredos das pessoas que amamos é uma coisa destruidora — iniciou sua fala, caminhando até sua bolsa que estava sobre a poltrona perto da imensa janela de vidros claros.
Observei atentamente cada movimento seu, querendo