Clara colocou o garfo de lado, observando Miguel enquanto ele terminava de comer. Apesar do clima intimista que ele criou, o peso das circunstâncias pairava sobre eles. Ela sabia que precisavam falar sobre o que realmente importava, mesmo que a ideia de encarar a verdade fosse assustadora.
"Isso não pode continuar assim, Miguel," disse ela, quebrando o silêncio.
Ele levantou o olhar, limpando a boca com o guardanapo antes de responder. "Eu sei. Mas não podemos nos apressar. Se dermos um passo errado, a organização vai perceber. E não somos apenas nós que estaremos em perigo."
Clara cruzou os braços, inclinando-se levemente para frente. "Então o que fazemos? Fingimos que está tudo normal enquanto eles nos controlam?"
"Por enquanto, sim," respondeu Miguel, o tom grave. "Mas eu tenho algo que pode mudar isso."
Ela franziu a testa. "O que é?"
Miguel hesitou por um momento antes de continuar. "Eu não contei isso a ninguém, Clara. Mas eu estou em posse de documentos comprometedores da organ