O dia amanheceu lentamente, com o céu tingido de tons de laranja e rosa refletindo na superfície calma da água. Clara e Miguel ainda estavam na lancha, envolvidos em um silêncio confortável. O calor da noite anterior ainda pairava entre eles, mas a realidade já começava a se insinuar.
"Temos que voltar," disse Miguel finalmente, quebrando o silêncio.
Clara concordou, mas não disse nada. Ela sabia que o momento de fuga havia terminado e que, a partir dali, o peso do que enfrentavam voltaria a recair sobre eles.
Miguel ligou o motor da lancha e manobrou de volta para o cais. O trajeto foi feito em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos.
Enquanto navegavam de volta, Clara olhou para o horizonte e franziu a testa. "Miguel, aquilo é... outro barco?"
Miguel seguiu o olhar dela e viu algo que o fez estreitar os olhos. Bem distante, havia um pequeno barco, quase imóvel na água.
"Deve ser alguém pescando ou algo assim," disse Clara, tentando tranquilizar-se, mas sua voz não con