Laura sempre lidou bem com a pressão, de uma certa forma masoquista ela gostava de saber que tudo dependia dela, estar perto do limite a motivava. Era seu trabalho manter tudo de acordo, garantindo que nada fugisse do seu planejamento. Mas, naquela manhã, enquanto revisava pela décima vez os documentos para a chegada do supervisor, percebeu que até mesmo ela tinha um limite, pela primeira vez em anos ela estava perto da exaustão.
Seu humor estava péssimo. O menor erro nos relatórios a fazia cerrar os dentes, e qualquer interrupção parecia um obstáculo insuportável. As pilhas de papeis pareciam sufoca-la, todos do setor estavam longe de estarem da maneira como ela gostaria que estivessem.
Ester notou de imediato. Desde o momento em que chegou, pôde ver que Laura estava mais tensa do que o normal. O olhar focado demais na tela do computador, os dedos inquietos tamborilando contra a mesa e a maneira como suspirava, impaciente, cada vez que lia alguma coisa que não estava perfeita.
Por ma