A cada passo que eu dava, o peso no meu peito apertava mais. O caminho estreito que cortava o campo aberto até o vilarejo parecia interminável, mesmo que eu já o tivesse percorrido tantas vezes na infância. Mas agora, cada sombra, cada estalo de galho, fazia meu estômago revirar. Damon andava ao meu lado, o maxilar travado, o olhar varrendo a escuridão com precisão. Lysander seguia um pouco atrás, a mão descansando no punho da adaga, alerta, mas em silêncio. Eu não conseguia ficar calada. Não depois do que sonhei. Não depois daquela sensação sufocante de que algo terrível estava prestes a acontecer.
— Você ainda acha que isso é uma loucura? — disparei, sem conseguir conter a amargura na voz. — Que estou me arriscando à toa?
Damon desviou o olhar para mim, as feições marcadas pela seriedade.
— Eu não disse isso. Eu só acho que você está se deixando levar pela emoção mais do que pela razão.
— Razão? — cuspi a palavra como veneno. — A razão não me trouxe até aqui. Foi o que eu senti. Eu